Neste sábado, 19, a Executiva Nacional do Cidadania aprovou por meio de votação uma federação partidária com o PSDB para as eleições deste ano. Mas apesar disso, os tucanos ainda precisam aprovar essa aliança.
Vale lembrar que os mandatários das duas siglas, Roberto Freire (Cidadania) e Bruno Araújo (PSDB) já estavam articulando um acordo nacional em prol da candidatura de João Doria (PSDB-SP) a presidência da República.
Até o momento, o Cidadania mantém a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (SE) ao Palácio do Planalto.
O debate sobre a federação foi encerrada no segundo turno. No primeiro, a proposta de acordo com o Podemos, partido do ex-juiz parcial Sergio Moro, foi derrotada.
Já no segundo turno, a aliança com os tucanos recebeu 56 votos contra 47 da aliança com o PDT de Ciro Gomes. Houve apenas 7 abstenções.
EdsonLuiz.
20/02/2022 - 17h44
Quase!
Uma federação entre o Cidadania23 e o PDT, dos candidatos à presidência Alessandro Vieira e Ciro Gomes, foi… quase!
Um grupo daqui de Vitória criou uma revista atrevida, debochada, que tinha quadrinhos em p&b muito bem humorados e com um tanto de nonsense. Um dia em que eu conversava com dois dos revisteiros, Raul Chequer e David Benincá, que já foi meu amigo, inquiri sobre o porquê de o nome da revista ser ‘Quase’. Resposta que Raul me deu: “Quase, não é nada!”.
A revista ‘Quase’, no seu formato em papel, não deu em quase nada, mas no seu formato digital ela foi encontrada na internet pelo jornalista e cartunista Arnaldo Branco, que fez uma proposta para a MTV e para os revisteiros, que também eram quadrinista, atores, cantores, roteiristas, etc. Eles saíram de Vitória e foram todos para São Paulo e estão fazendo sucesso. Não “quase foram” para São Paulo, não. Foram mesmo! Não “quase fizeram” sucesso, não. Estão fazendo sucesso com força! É deles, por exemplo, o infantil de animação internacional ‘O Irmão do Jorel’.
Quase, pode não ser nada! Alguém pode errar a loteria por um número e quase ganhar, mas não ganhar nem o valor que gastou para jogar. Mas o quase também, algumas vezes, pode levar a muita coisa.
A discussão no diretório nacional do Cidadania23 quase decidiu por federar o Cidadania23 de Alessandro Vieira com o PDT de Ciro Gomes. Quase!
A primeira discussão no Cidadania23 sobre com quem se federar, consultou sobre o PSDB, o Podemos e o PDT. Discussão feita na sua executiva nacional, deu 10a10 para federar com o PSDB, 11a9 para federar com o Podemos e 11a8 para federar com o PDT, sempre com uma abstenção, do Cristóvão Buarque, que defende não fazer federação com ninguém.
A discussão subiu para o Diretório Nacional. A primeira decisão foi sobre federar ou não com algum partido, decidindo por 66a44 por federar. Decidido isso, passaram à discussão sobre federar com quem: a votação em 1ª rodada deu 54 para o PSDB, 37 para o PDT, 14 para o Podemos e 5 abstenções. Descartado o Podemos, a 2ª rodada deu 56 para o PSDB e 47 para o PDT, com 7 abstenções.
Quase! Quase deu para que a federação não fosse com o PSDB! Quase deu para que a federação fosse com o PDT!
Como me disse Raul Chequer o motivo para batizarem a revista que faziam, “quase, não é nada”. Mas é quase! Um pouquinho mais de empenho e teria dado. E Ciro atrapalhou muito ao não ajudar!
Ciro Gomes precisa mesmo pensar como gasta o pavio. Dependendo de como o pavio queima, pode atingir a própria lamparina. E não é só o pavio aceso que atrapalha. Também precisa manter o projeto mais aberto, livre de dogmas, principalmente dogmas antigos e atrasados. Para a discussão com um partido buscando mais modernidade, como o Cidadania23, uma posição muito fechada não favorece o entendimento. Não precisa transformar a política em uma gororoba, como Lula faz. Aliás, não precisa e não pode transformar a política em uma gororoba! Mas é importante buscar as forças mais modernas e não as mais atrasadas, e manter o projeto aberto a discussão até o registro da candidatura.
O significado de o Cidadania federar com partidos como o PDT, para mim, é o de juntar forças similares, mesmo que estejam vivenciando tempos políticos diferentes, com o Cidadania buscando o novo, o moderno e a superação do atraso brasileiro e o PDT ainda com alguns quadros presos a dogmas mais antigos, dogmas que podem facilitar o discurso eleitoral com seus eleitores tradicionais, mas não contribui para arejar o ambiente e ter propostas mais modernas.
Na modernidade que estamos vivenciando, as relações sociais, quer na troca de mercadorias, no momento de circulação, que é o momento de realizar a produção e o valor, até as relações de produção mais próprias, a relação trabalhadorXempregador na indústria e na agricultura, estão sendo totalmente revolucionadas. Já em uma década muito da produção estará sendo feita sob tecnologia digital e robotização. Como as forças políticas lidarão com esse mundo novo? E como lidarão com essas relações na próxima década e na seguinte? E o reconhecimento das múltiplas diversidades, diversidade de opinião, de postura, de atitude, de escolha? Como lidar com essa demanda que entrou em cena e que de cena não vai sair?
A velocidade do mundo mudou! Também a política está exigindo outra velocidade; e outra forma, menos gritada, mais discutida, mais pensada. E mais, muito mais coletiva e diversa! Direita, esquerda, centro-esquerda, centro-direita – e extremos, inclusive – precisam se definir, se arejar e se conscientizarem de que o mundo é mais diverso, muito mais diverso do que a ideia que cada um indivíduo ou grupo particular tem do mundo. E se concientizar de que todas as visões sociais são legítimas e precisam ser discutidas e respeitadas por todos. Política, em democracia, não é lugar de derrotar as ideias diferentes e vencer para impor as próprias ideias. Também, pelo modo oposto, não é lugar de misturar uma sensaborosa gororoba e se impor, aos seus e aos outros, por meio de um maior poder eleitoral, encaminhando o que temos de país para um bacanal político. Política, para ser boa, precisa ser ideológicamente coerente.
Fazer coisas junto, depois, passado o momento eleitoral, não pode ter a intenção de arranjo de sustentação recíproca entre diferentes, mas sim ter a intenção de expressar a maturidade política de entender que o mundo é diverso e todas as visões diversas são legítimas. Ter nojinho de um sabor político diferente é apenas o autoritarismo e intolerância de conviver com quem não pensa igual; não cabe nenhum nojo do diferente!. E homogeneizar o mundo é delírio de totalitário. O mundo é diverso e é bom que seja mesmo. Sendo diverso, as possibilidades são maiores e mais ricas.
PDT e Cidadania23, para mim, seria – e é – a possibilidade de ter junto todos os fragmentos de social-democratas que estão dispersos em muitas forças políticasbe que eu acho que por coerência deveriam estar juntos: PDT, PSB, Cidadania23, Rede, PV, e atrair também, para compor uma força comum, os muitos social-democratas que estão no PCdoB, no PSDB e em vários outros partidos, até os social-democratas do PT. Para mim, a candidatura de Ciro tem, ou deveria ter, esse significado e esse objetivo, e deveria buscar a unidade do liberalismo de esquerda.
É boa a federação do Cidadania com o PSDB. A ligação do Cidadania com o PSDB vem de longe, de um tempo onde o PSDB era definidamente social-democrata, o que eu acho que não é mais. Serve também para evitar que o PSDB se entregue a alguma força que não deve, sem atender a um projeto mais unificado de forças antipolarização, pelos inúmeros social-democratas que ainda conserva e pelos inúmeros técnicos lúcidos e bem preparados que tem – o PSDB é até hoje o único partido que tem a seu lado técnicos progressistas suficientes. E o objetivo de Roberto Freire, para se federar, é que o resultado final da federação vise uma fusão.
Mas eu torci muito para que a federação fosse com o PDT. E como foi aprovada apenas federação dos partidos, sem definir candidatos, ainda pode acontecer de o Cidadania23 e PSDB, federados, apoiarem Ciro Gomes. Mas isso não é espontâneo, tem que ser provocado!
Provoque a federação Cidadania23-PSDB, Ciro! Faça uma boa provocação de discutir o programa para se juntarem Cidadania23+PDT+PSDB. Um bom programa comum sempre vai seduzir o PSDB e o Cidadania. Comece por tratar você diretamente com Roberto Freire, com Alessandro, com Cristóvão e com o PSDB!
Edson Luiz Pianca.
Alexandre Neres
20/02/2022 - 14h39
Cidadania é um partido patético.
Roberto Freire é um vexame ambulante.
Dia desses foi num programa e armou um furdunço. Deu um piti danado, brigou com todo mundo, para defender que não foi golpe contra Dilma.
Triste fim para Cabo Anselmo o de membro da tropa de choque do temerário.
O último degrau desse partideco é ser linha auxiliar do PSDB. Seria até natural até se fosse o PSDB do Serra, do Aecin…
Mas é o PSDB do Doria, que tá desmilinguindo.
Só falta o PSDB recusar. Seria a última pá de cal nos “eurocomunistas”.
Pobres ex-comunistas de direita!