Um policial militar de folga assassinou o jovem vendedor de balas, Hiago Bastos, na manhã desta segunda-feira na Estação das Barcas em Niterói.
De acordo com lideranças do movimento negro do Rio de Janeiro, esse evento foi apenas mais uma amostra do que significa o racismo estrutural no estado.
“Só no último mês tivemos Moise, Durval e Hiago, entre tantos outros. Quem será o próximo?”, perguntou a professora Dani Balbi, liderança do movimento negro no estado. “O racismo estrutural funciona assim: a partir da normalização do extermínio dos corpos negros”, explica a professora.
Dani Balbi criticou ainda o modelo de segurança pública. “Passou da hora de superar a lógica militarizada da polícia. Não só com a unificação, mas com uma profunda transformação nos seus métodos”, ressaltou Dani Balbi.
A vereadora de Niterói, Walkiria Nictheroy (PCdoB), que está acompanhando de perto o ocorrido, também denunciou o racismo estrutural em suas redes.
“É mais um caso revoltante, nós ainda estamos pedindo justiça por Durval e hoje a gente vê um ambulante, uma pessoa que está lutando para trabalhar no meio dessa crise, ser morta por um policial à paisana”, diz a vereadora.
Walkiria chamou atenção ainda para a responsabilidade das autoridades da segurança pública.
“É o caso de se pensar até que ponto chega a autorização, a mentalidade letal e truculenta das nossas forças de segurança, mas principalmente, da possibilidade de matar uma pessoa em vulnerabilidade social”, concluiu Walkiria.
Foto: @Rebeca.belchior