O deputado federal e vice-presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Guimarães (CE), mandou um recado para a Executiva Nacional do PSB que está fazendo diversas exigências para formar uma federação nacional.
Nas palavras do parlamentar, o PT não vai aceitar que um presidente de outro partido tente influenciar nas decisões da sigla e falou, pela primeira vez, que a federação com o PSB não é essencial para os petistas. Ele ainda lembrou que o partido de Lula não está pedindo favor a ninguém.
“A militância não aceita que alguém de outro partido fique dando pito no PT. ‘Faça isso senão não vou…’ Quem não quiser não vai. Não estamos pedindo favor a ninguém para compor a federação”, disparou em entrevista a Folha.
“Não tem problema se não sair [federação]. E não é com imposição de ninguém que nós vamos ou não para federação”, declarou em outro trecho.
Vale lembrar que o presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira, cobrou ‘reciprocidade’ do PT nas negociações, especificamente na disputa pelo governo de São Paulo.
Enquanto os petistas querem lançar Fernando Haddad (PT), os socialistas almejam a candidatura do ex-governador Márcio França (PSB).
“Eu acho que quando o Siqueira fala do Haddad é um pouco de falta de respeito. O Haddad é um quadro extraordinário da política brasileira, assim como é o Boulos, o Márcio França. Tínhamos todas as razões pretéritas para reclamar, mas não vamos fazer em respeito à história de cada partido e cada candidato”, alegou o deputado petista.
Ainda sobre essas exigências do PSB, Guimarães avalia que as falas públicas de Siqueira atrapalham as negociações e lembrou que a maioria dos deputados do PSB são favoráveis a federação.
“Esse tipo de posição do presidente do PSB não ajuda, só atrapalha, e complica fortemente aquele desejo que é quase unânime na bancada de deputados do PSB e de muitos deputados do PT”.
Presidente do PT no Ceará, o deputado também falou sobre as negociações locais em torno da aliança com o PDT de Ciro Gomes, que não tem aliviado os ataques contra o ex-presidente Lula (PT) a nível nacional.
“A tendência aqui [Ceará] é manter a aliança em torno do Camilo Santana [atual governador, do PT] para o Senado, escolhendo um nome para governador que contemple não só o PT, mas o PDT”, revelou.
Por fim, Guimarães classificou as acusações de Ciro como desrespeitosas, infundadas e que a artilharia verbal do pedetista contra Lula só atrapalham a aliança no Ceará.
É bom destacar que o deputado petista faz as negociações locais com o senador Cid Gomes (PDT), irmão de Ciro e manda chuva do PDT cearense.
“São críticas desrespeitosas, infundadas, e que só atrapalham a nossa aliança no Ceará. Nós temos evidentemente considerado isso, não vamos fazer aliança no Ceará a ferro e fogo. São as contradições da política, mas nós, do PT, não vamos nos render a nada. Para nós do PT do Ceará é Lula, Camilo e aumentar a nossa bancada”.