O presidente do PSB, Carlos Siqueira, voltou a dizer que o pré-candidato ao governo do Rio, Marcelo Freixo, agiu mal quando declarou apoio a candidatura de Fernando Haddad (PT) ao Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com o mandatário socialista, a fala de Freixo foi equivocada e pode atrapalhar as negociações do PSB com o PT.
“A declaração de Freixo foi muito infeliz. Pegou muito mal no PSB de SP e nacional porque nós temos uma candidatura, estamos em um processo de discussão. Não podemos admitir que alguém do PSB use seus argumentos em favor de um candidato do PT. Não é aceitável, mas foi isso que aconteceu”, disse durante entrevista a Revista Fórum.
Vale lembrar que a disputa pelo governo paulista é um dos pontos mais sensíveis para a formação de uma aliança entre os dois partidos. Enquanto o partido de Siqueira defende o lançamento do ex-governador Márcio França, os petistas querem disputar com Fernando Haddad.
EdsonLuiz.
31/01/2022 - 19h45
O deputado federal Marcelo Freixo começou na política no PT e, antes de ir para o PSB, estava no PSOL, que ajudou a fundar; mas Marcelo Freixo não é um trotskistas, ele é um social-democrata. Flávio Dino, que agora foi para o PSB, se elegeu governador do Maranhão pelo PCdoB; mas Flávio Dino não é um stalinista; ele é, assim como Freixo, é um social-democrata.
Aqui no Brasil há essa dispersão de quadros social democratas, que estão filiados a forças políticas com orientação ideológica diferente daquela que professam. Não é só Freixo ou Dino que viveram e vivem esses conflitos, são milhares de bons quadros políticos, em partidos de orientápações políticas diversas.
Um partido social democrata pode ser de esquerda ou de direita, mas um partido social-democrata sempre é um partido de centro. Sociais-democratas compõe o centro político.
Não é o termo ‘esquerda’ ou o termo ‘direita’ que definem ideologicamente uma força social-democrata. O termo que define os social-democratas é o termo ‘centro’. É um substantivo o que define a orientação de uma força política. O termo ‘esquerda’ ou o termo ‘direita’ que os secunda são apenas uma espécie de advérbio para qualificar, mas a definição ideológica de um social-democrata remete ao sabor de centro do espectro político, importando, mas muito pouco, se de direita ou de esquerda. Seja de Centro-esquerda, seja de Centro-direita, partidos e ativistas social-democratas são mais que primos, são irmãos. E é entre si que deveriam buscar um entendimento.
Mas não em sociedades políticas infantis, selvagens e fisiológicas, onde a definição ideológica é um disfarce gritado por muitos para se passarem por idealistas. Se houvesse coerência e compromisso dessa gente com ideologia, a maioria deles seria, de fato, defensora de uma filosofia materialista e não de uma filosofia idealista. E seriam menos individualistas e carreirista.
Aqui no Brasil, a escolha de um partido político se dá ou na infância, sem que o ativista tenha um mínimo de referência para se definir ideologicamente, e a partir dessa primeira ligação política, se ele der o azar de aderir a uma estrutura que tem a prática de cometer o abuso de doutrinar seus filiados, ess@s menin@s aceitarão a condição de “soldados da causa da organização”, exigida pelos seus doutrinadores, aceitarão ser chamados e se dirão “militantes” e se declararão “enganjados” em uma causa por quê “lutam”. Assim, a sociedade humana perderá o que cada um, não importando a sua ideologia, tem de mais importante para contribuir com os verdadeiros objetivos do progressismo, que é o de possibilitar a emancipação e a autonomia humana e a realização da humanidade de cada um e de todos. Com doutrinação, maniqueísmo, intolerância, dualidades e ideologismos, aquele que deveria ser um ativista do progresso humano vira um militante das causas de pessoas ou de grupos particulares, perdendo sua liberdade e autonomia, que é cedida para espalhar as “verdades” de seus líderes manipuladores. E com a perda da liberdade vai junto o que ele tem de mais importante para defender o progressismo, que é a liberdade mesma.
Se no Brasil os bons quadros políticos, mesmo eles, não estivessem reproduzindo a prática e repetindo os vícios dos Mitos que eles aceitam para liderá-los, que não poucas vezes são líderes populistas; se os inúmeros quadros social-democratas que estão dispersos, compondo fragmentos do PDT, do Rede, do PSD, do Cidadania, do PV, do PCdoB, do PSDB, do PT, e estão espalhados até em vários outros partidos não citados se libertassem do julgo a que estão aprisionados; se eles mesmos aceitassem abrir mão de repetir os vícios carreirista e arrivistas de seus Mitos, conseguiríamos ter uma bela, grande, verdadeira e inteiramente progressista força social-democrata.
Mas não! Infelizmente essa dispersão de social-democratas está aumentando e gente de centro está virando inimiga de quem devia ser aliado, porque no Brasil, para evitar agressões e patrulhamentos, os social-democratas de esquerda preferem se declarar “de esquerda”.
A forma polarizada de funcionamento político costuma ser dicotômica em seu maniqueísmo. Quando aplicada, a manipulação doutrinária acessará o argumento fácil do “bem contra o mal”, mesmo quando abertamente estiver defendendo o mal e estará separando e simplificando a sociedade em duas metades, quando a sociedade é bastante mais diversa. É dessa dualidade que se alimenta a polarização e o clivo “Esquerda/Direita”; é desse empobrecimento político que se faz a guerra do “Nós conta Eles”; e é dessa divisão manipulada que o exercício da política se transforma em tudo que a política não deveria ser, com os dois lados, seja por seguidismo doutrinário, seja por puro oportunismo picareta de certos líderes, assumindo a defesa de seus Mitos representantes, assumindo os seus vícios e praticando esses vícios juntos; e quando não praticando, se cumpliciando na defesa desses Mitos e de seus vícios, mesmo quando o vício é o da corrupção grossa.
Precisamos de gente com virtù para conseguirmos ter forças realmente progressistas e politicamente de centro no Brasil!
Edson Luiz Pianca.