Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) e publicados pela revista Veja revelam que 75% do faturamento da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, onde o ex-juiz Sérgio Moro trabalhou como sócio-diretor e consultor, vieram de empresas que foram investigadas pela então Operação Lava Jato.
Vale lembrar que a Justiça entregou para a consultoria estrangeira os casos de recuperação judicial destas empresas e Moro foi contratado justamente para ficar responsável por esses processos.
Ainda segundo o TCU, a Alvarez & Marsal recebeu R$ 42,5 milhões “ao longo de vários meses”, sendo “1 milhão de reais por mês da Odebrecht e da Atvos, antiga Odebrecht Agroindustrial, 150 000 da Galvão Engenharia, 115 000 reais do Estaleiro Enseada (que tem como sócias três construtoras investigadas em Curitiba, Odebrecht, OAS e UTC) e 97 000 reais da OAS”.
Enquanto isso, no ano de 2020, Moro embolsou na Alvarez & Marsal uma quantia bem superior a dos executivos da consultoria, que recebem anualmente em torno de R$ 1,7 milhão.
O jurista Lenio Streck comentou os dados disponibilizados pelo TCU.
“TCU informa: de tudo o que a A&M – que CONTRATOU Moro – recebe de hon. como Admin. judicial, 2,2MM, cerca de 75% (1,5MM) vem, por coincidência, de empresas enredadas na Lava Jato. Em 30 m a A&M recebeu, só da ODB, 24 milhões! Contratação de Moro foi um golaço para A&M! Que faro!”, escreveu no Twitter.