Nesta segunda-feira, 17, a Justiça Federal da 3ª Região atendeu um parecer do Ministério Público Federal (MPF) e arquivou a investigação contra o empresário Fábio Luís Inácio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, sobre a Gamecorp.
Na decisão, a juíza Fabiana Alves Rodrigues apontou que ”vê-se que os elementos obtidos através das duas medidas de quebra relacionadas na portaria de instauração não podem ser utilizados como prova, pelo reconhecimento da nulidade dos procedimentos que forneceram evidências para a decretação das medidas, impondo-se o reconhecimento de sua ilicitude e desentranhamento dos autos”.
Lulinha era acusado de supostos repasses para a empresa de telefonia Oi. A peça acusatória dizia que os valores seriam destinados as empresas do Grupo Gamecorp, de propriedade de Lulinha.
Vale lembrar que a investigação contra o filho do ex-presidente foi aberta após as quebras de sigilo, busca e apreensão que foram autorizadas pelo ex-juiz Sérgio Moro.
Com informações da Folha
EdsonLuíz.
18/01/2022 - 12h24
Há provas!
Mas o réu é Luiz Inácio Lula da Silva, filho!
Como no caso do senador Flávio Bolsonaro há provas, mas o réu é um Bolsonaro, filho!
Do mesmo modo, algum outro caso também poderia haver provas, mas o réu poderia ser um Eduardo Cunha, filho!
Quando, olhando para trás e para baixo, para o “país” que temos, fazemos um recorte e vemos o número de trabalhadores empregados com renda de no máximo dois salários mínimos; quando, nesse retrato aviltante a que teimam de chamar de sociedade, vemos nesse mesmo recorte o número de subempregados; quando, ainda no mesmo recorte, vemos o número de desempregados, precisamos pensar muito que país é esse!
Quando, nesse mesmo recorte de trabalhadores brasileiros com renda de até dois salários mínimos, vemos o número de desalentados, temos que pensar um pouco mais seriamente o país que temos!
Quando, olhando mais para baixo ainda, vemos a cor do Brasil abandonado e pensamos na nossa história, temos a obrigação de perguntar se isso é mesmo um país!
Quando, distraídos, nos esquecemos e olhamos para os presídios, lugar para onde nunca dirigimos nosso olhar para evitarmos o contato com aquela realidade, e vemos que ali estão presos brancos, mestiços e negros, com representatividade de cor um pouco mais proporcional a nossa realidade económica e social, mas que ali, entre os aproximadamente 700.000 de gente preta e de gente branca “preta de tão pobre” até tem dois ou três riquinhos, mas não tem nenhum poderoso ou filho de poderoso, então não temos que nos perguntar nem que país é esse e nem se isto é realmente um país; temos é que nos desesperar!
Não estou afirmando que Flávio Bolsonaro seja criminoso. Eu só poderia saber isso se não rasgassem as provas contra ele e fizessem o julgamento dessas provas, uma vez que são provas reais, extratos de movimentação financeira obtidas por quebra de sigilo pela Operação Lava Jato do Rio de Janeiro. Mas o senador Flávio Bolsonaro é poderoso e filho de poderoso e não pide ser preso. Ele não pode sequer ser julgado pelas provas! Assim, RASGARAM as provas contra Flávio Bolsonaro!
Não estou afirmando que Fábio Luiz Inácio Lula da Silva seja criminoso. Mas Fábio Luiz Inácio Lula da Silva é filho de poderoso e não pode ser preso. Ele não pode sequer ser julgado pelas provas. Assim, RASGARAM as provas contra Fabio Luiz Inácio Lula da Silva.
No Brasil, a lei garante que rasgar provas reais é coerente com o Estado Legal de Direitos. Mas só para poderosos acusados de crime, e esses poderosos, estranha e vergonhosamente têm apoiadores, muitos deles pretos, muitos deles pobres, muitos deles gado de poderosos. Para pobres não precisa nem ter provas para condenar e prender!
O Brasil do passado é frustrante; o Brasil do futuro é de desesperar!
Edson Luiz Pianca.