O economista e sócio-fundador da gestora Macro Capital, Nilson Teixeira, afirmou que aposta na vitória do ex-presidente Lula (PT) nas eleições deste ano. Na sua visão, o possível governo do líder progressista não será revanchista.
“Os rumores de que um 3º governo Lula revisaria as privatizações, revogaria a reforma trabalhista e eliminaria a autonomia do Banco Central (BC), entre outros devaneios, são discursos de campanha para agradar as bases mais aguerridas ou circunscritos a comissões – caminho certo para não prosperarem. Ademais, essas propostas não seriam apoiadas pelos congressistas de centro, o que dificultaria seu avanço no Congresso”, escreveu em artigo publicado no Valor.
“Um governo Lula defenderia uma plataforma moderada e direcionada às demandas dos mais pobres, em particular em educação, saúde e renda”, completou.
O ex-economista chefe do Credit Suisse também descartou as chances de uma “terceira via” obter êxito no pleito. Ele aponta que mesmo com uma possível queda na rejeição de Jair Bolsonaro por causa do Auxílio Brasil, ele não terá fôlego para vencer as eleições.
“As intenções de voto em Lula podem diminuir com o esperado ataque nas redes sociais, associando-o aos malfeitos no governo PT. No entanto, a estagnação, o alto desemprego e os conflitos frequentes de Bolsonaro enfraquecem o cenário em que sua votação supere as de Lula. Quando muito, haveria 2º turno”, afirmou.
Por fim, Teixeira avalia que partidos de centro como o Progressistas (PP), MDB e o PSD devem compor a base de Lula no Congresso, mesmo com a formação de uma Federação Partidária de esquerda.
“Além da federação de partidos de esquerda, PP, MDB e PSD, entre outros, comporiam provavelmente o governo Lula, ainda mais se Alckmin participar da articulação”.