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Freixo sai em defesa de Alckmin

O deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSB), saiu em defesa do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, cotado para ser vice de Lula em 2022. “Precisamos entender que 2022 não será como 2002. Temos um desafio de vencer a eleição e conseguir governar o Brasil”, afirmou o deputado […]

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O deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSB), saiu em defesa do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, cotado para ser vice de Lula em 2022.

“Precisamos entender que 2022 não será como 2002. Temos um desafio de vencer a eleição e conseguir governar o Brasil”, afirmou o deputado na revista Fórum.

Freixo avalia que as maiores dificuldades no possível governo Lula será “o bolsonarismo pós-Bolsonaro” e o apoio do Congresso, já que não existem garantias que os congressistas eleitos devem auxiliar um governo progressista.

Ainda sobre Alckmin, o deputado socialista disse que o ex-governador é “íntegro, correto e completamente diferente de Michel Temer”.

“Em termos de estratégia, trazer a terceira via para dentro da primeira possibilita uma vitória mais consolidada, quem sabe no primeiro turno, o que seria ideal, na minha opinião”, analisou.

“Alckmin é completamente diferente de Temer, não tem o mesmo perfil, longe disso. Acho que os partidos vão ter essa compreensão. Se você me perguntar a chapa que eu adoraria, poderia citar cinco, seis, que não teríamos nenhuma polêmica, mas precisamos derrotar o bolsonarismo”, finaliza.

Assista a entrevista na íntegra!

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Alexandre Neres

29/12/2021 - 19h07

Quero dirigir este texto ao segmento progressista.

Sendo bastante benevolente, o nosso campo é composto dos seguintes partidos: PCdoB, PDT, PSB, PSOL, PT e Rede.

Não consigo enxergar a hipótese de abrigarmos o Cidadania e o PV neste grupo, já que este último é recheado de oportunistas que se deram conta de que a causa verde se reveste de certo atrativo e talvez o ato mais importante do Cidadania tenha sido o ministro da Cultura do Governo Temer, Roberto Freire, ter ido a uma solenidade de entrega do Prêmio Camões a mando do vampiro para agredir e armar um barraco contra o homenageado, o grande escritor Raduan Nassar, o qual diga-se de passagem doou a fazenda de sua família de 643 hectares para uma universidade pública (UFSCar). A meu ver, Cidadania e PV compõem a centro-direita tradicional, em meio a partidos como PSD, PSDB, MDB e que tais. Sou contra o PV participar da federação de esquerda, quer só levar vantagem.

Acho que as eleições de 2022 serão bastante difíceis, não podemos ficar de salto alto e nesse clima de já ganhou. Serão de suma importância para o porvir da nação.

Queria fazer um apelo aos amigos ciristas. Percebo que sumiram do blogue, não vejo mais os posts do Alan C, Miramar, Netho, Marco Vitis e muitos outros. Na minha opinião, Ciro cometeu uma série de grandes equívocos desde 2018. Que Ciro quisesse demarcar terreno contra Lula e o PT, que quisesse evidenciar a diferença de seu projeto para o do PT seria razoável, como também consigo entender que Ciro precisava se afastar e até tentar cooptar grandes nacos da ala progressista para acabar com a hegemonia petista em 2018. Para fazer prevalecer seu projeto, ele teria que derrotar e tirar o PT do lugar que ocupa de há muito. Porém, exagerou muito na dose. Não caiu bem xingar Lula de corruptor e de ladrão, entre outros epítetos, num momento em que o grande líder popular estava sofrendo lawfare e um ataque diuturno por parte do PIG e do establishment. Ciro usou e abusou do lavajatismo e do udenismo, que foi utilizado ao longo da história não raro contra os trabalhistas, agora infelizmente está colhendo o que plantou, com requintes de crueldade, mas com o apoio do maior partido do Brasil. Ciro está sendo mais uma vítima da degeneração do sistema de Justiça brasileiro.

O caminho das esquerdas foi apontado pelo saudoso Leonel de Moura Brizola no segundo turno de 1989. Essa lição foi inesquecível e nosso campo tem de marchar unido, apesar das legítimas divergências entre seus integrantes. Todos somos tributários de Brizola pelo que nos ensinou, ao carregar no colo o sapo barbudo depois de uma disputa renhida entre eles.

A nossa sorte é que estamos em 2022. Em nosso país, de 29 em 29 anos aparece um outsider com discurso moralista cujo governo se revela um desastre. Em 1960, Jânio Quadros apareceu com sua vassourinha para varrer a bandalheira. Em 1989, Collor surgiu caçando os marajás. Em 2018, Bolsonaro veio contra tudo isso daí, querendo destruir as instituições por dentro.

Ainda bem que Moro veio concorrer justamente nessas eleições, cuja campanha, se for adiante, será um fiasco retumbante. Moro não sabe se comunicar com o público, nem tem carisma, possui formação precária e não sabe nada do país. Moro representa a segunda via do bolsonarismo, porém é muito mais perigoso do que Bolsonaro, pois este ao menos sempre foi franco e honesto ao defender os maiores disparates, enquanto Moro é autoritário como seu rival, mas é dissimulado. Quem melhor definiu a duplinha de dois foi a conja: “Eu não vejo o Bolsonaro, o Sergio Moro. Eu vejo o Sergio Moro no governo do presidente Jair Bolsonaro, eu vejo uma coisa só.”

Um ponto que eu não poderia deixar de abordar é sobre a suposta chapa Lula-Alckmim. Raras vezes eu discordo do meu amigo Tiago Silva, como este é um caso desses, achei melhor expor meu ponto de vista. Depois de tudo que nós da esquerda sofremos desde 2015, é razoável que queiramos uma chapa puro-sangue, sem golpistas, pois fomos duramente atacados por todos os lados. No início, queria uma frente ampla de esquerda. O vice dos sonhos seria o Flávio Dino, o único em que vejo qualidades para substituir Lula no curto prazo. O outro que vejo nessa linha é o Boulos, mas está muito cru ainda. Para mim, Boulos é o herdeiro natural do Lula no longo prazo. Mas sejamos realistas, nem o Dino reivindicou esse lugar, por saber que pouco acrescenta à candidatura Lula, até mesmo por ser do Nordeste.

Por tudo que passamos, a questão do sucessor de Lula é de suma importância. A princípio, concordo que Alckmin pouco acrescenta em termos eleitorais. Que Alckmin é conservador, da Opus Dei, tem a questão Pinheirinho, tem a invasão das escolas estaduais etc. Concordo também com a Esther Solano, quando diz que essa chapa seria triste, ainda que necessária. Não obstante, vejo a chapa Lula-Alckmin como mais um sintoma da genialidade de Lula. Numa campanha em que todo mundo bate cabeça, a tal terceira via não consegue dar um passo, o único fato que mexeu com a campanha foi essa união antes impensável entre Lula e Alckmin. Querem colocar Lula e Bolsonaro como extremos opostos, com essa chapa Lula está se retirando do lugar em que quiseram confiná-lo, com uma tacada de mestre. Como acusar de comunista quem compõe chapa com um católico fervoroso, conservador e de direita? Se Alckmin não ajuda em termos eleitorais, colabora em muito para a governabilidade. Nós da esquerda precisamos nos libertar de algumas coisas e pensar pragmaticamente. Nos anos 60, tivemos uma atitude heroica ao combater a ditadura, mas chega a ser risível pensar que com aquela meia dúzia de gatos pingados se conseguiria mobilizar a sociedade e enfrentar os militares ante tanta assimetria. Espero que desta vez não prevaleça a máxima do Dr. Ulysses de que a legislatura seguinte é sempre pior do que a anterior, porém de antemão podemos afirmar que seremos minoria e que a direita continuará dominando o Congresso. Convenhamos, é melhor estar ao lado de Alckmin do que de Valdemar Costa Neto ou Maluf.

Talvez se no primeiro governo Lula tivéssemos nos aproximado do PSDB e não do Centrão, quem sabe a história não teria sido diferente. Covas e o PSDB apoiaram Lula no segundo turno em 1989. O PT apoiou Covas contra Maluf. Covas e o PSDB apoiaram Marta contra Maluf. De lá para cá o PSDB foi cada vez mais para a direita. Se tivéssemos composto, feito acordos em alguns pontos, quiçá teria sido melhor do que a presença indefectível do Centrão em qualquer governo de direita ou de esquerda. Não sejamos inocentes nem moralistas, quem governa no Brasil, para aprovar seus projetos, precisa dos votos do Centrão. O Brasil tem um problema político estrutural que não será resolvido com demagogia nem com super-heróis, haja vista Serjo Morto. Lula agiu certinho no seu governo, indo pela via adequada de fortalecer as instituições de controle (CGU, PF, MPF etc.), as quais por fazerem parte da elite do atraso perseguiram o líder que mais forneceu condições para elas atuarem. Também não há como deixar de negociar com deputados e senadores, muita vez só preocupados com seus próprios interesses, pois faz parte da liturgia do cargo e Lula é mestre na arte conciliatória.

Alckmin é conhecido como um político sério, cumpridor de acordos e segundo consta foi dos últimos a aderir ao impeachment de Dilma. A princípio, é confiável, até prova em contrário. Pelo lado de Alckmin, a chapa também é bonita de se ver. Alckmin foi candidato a presidente em 2018 e teve pouquíssimos votos. Um dos seus maiores erros foi ter escolhido Dória como sucessor. Dória aderiu a Bolsonaro e o largou na mão. Este ano, Dória procurou Alckmin para dizer que achava mais adequado que ele concorresse para deputado federal, não só o vetando para governador para emplacar o neófito Rodrigo Garcia como também para o senado. Alckmin engoliu seco e calado. Ser vice-presidente e ocupar um cargo mais elevado é sua volta por cima. Alckmin vai dar o troco em Dória em grande estilo e ainda vê-lo amargar uma votação mais reduzida do que Geraldo teve em 2018. A contragosto, sou obrigado a concordar com Eliane Catanhêde, ao afirmar que: “Você não pode desprezar a genialidade política do ex-presidente Lula. Ele realmente tem uma capacidade de compreensão de jogo político impressionante”.

Quando me dirigi aos progressistas no começo do texto foi porque numa eleição disputada entre Haddad e Bolsonaro, que sempre deixou claro a que veio, nunca fez a menor questão de esconder, quem se omitiu, votou em branco, votou nulo e não foi votar porque não quis, merece ser chamado na responsa com todas as letras: você não é apenas um isentão, você é cúmplice de genocida, suas mãos estão manchadas de sangue!

Seria bom se tivéssemos o nosso Boric, mas seu nome medrou nas megamanifestações de 2011. Nossa realidade é distinta, como diria Paulinho da Viola necessitamos de “um velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar”. A eleição de 2022 será um divisor de águas, a mais importante de todas. Não será simplesmente uma briga entre esquerda e direita. Será uma questão de vida ou morte para um país que mostra enorme dificuldades de cumprir a sua sina de país do futuro. O objeto de disputa no ano que vem se dará entre civilização e barbárie! Por isso, conclamo todos os progressistas a apoiarem possivelmente a chapa Lula-Alckmin para resgatar nossa democracia de uma vez por todas, por meio de uma convivência pacífica entre os contrários, mas sem deixarmos de nos mobilizar para acabar com a miséria e reduzir a desigualdade social. Alguns tolinhos acham que a questão da desigualdade social é de somenos importância, pois naturalizaram a sociedade extremamente desigual na qual foram forjados e são insensíveis ao que veem nas ruas.

Finalmente podemos vislumbrar uma luz no fim do túnel. Quero desejar um Feliz Fora Bolsonaro e um Próspero Último Ano do Desgoverno para Todos! Bora lutar o ano que vem do início ao fim. Se Deus quiser, teremos a volta do bom velhinho! Como dizia Raulzito: “sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só/mas sonho que se sonha junto é realidade”. Quero desejar aquele abraço ao Alan C, Marco Vitis, Edson Luiz Kober, Batista, Francisco, dcruz, Carlos, Neotupi, Demolidor, Sá Pinho, Tiago Silva, Miguel do Rosário e Gabriel Barbosa!

    Eduardo Santana

    01/01/2022 - 23h54

    Alexandre Neres, magnífico texto! Subscrevo-o, na íntegra. Parabéns!


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