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Gilberto Maringoni: Lula, Alckmin e o que fazer

Por Gilberto Maringoni E ruim ter Alckmin de vice? Em termos gerais, é. Muito mais pelo aspecto simbólico do que pelo viés político-administratiuvo objetivo. Nenhum vice – Alencar ou Temer – impediu o PT de fazer o que quer que fosse. Gente como Palocci, Dirceu, Meirelles, Crivella, Levy e outros não entraram na administração por […]

3 comentários
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Ricardo Stucker

Por Gilberto Maringoni

E ruim ter Alckmin de vice? Em termos gerais, é. Muito mais pelo aspecto simbólico do que pelo viés político-administratiuvo objetivo. Nenhum vice – Alencar ou Temer – impediu o PT de fazer o que quer que fosse. Gente como Palocci, Dirceu, Meirelles, Crivella, Levy e outros não entraram na administração por imposição dos vices.

O PT não tem como meta mudar o modelo de desenvolvimento brasileiro. O partido governou por 13 anos dentro das regras existentes. Num curto período, entre 2006-10, o cenário externo possibilitou algum crescimento econômico e flexibilidade fiscal (nas regras do jogo) para políticas sociais importantes e dinâmicas industriais localizadas, aliadas à descoberta do pré-sal. Isso não ocorreria num governo de direita. A política externa foi o grande saldo e o ponto alto dos governos 2003-10.

Lula é o maior líder popular da história do Brasil, mas não é Getúlio, não é Ulysses e não é Brizola. Não se propõe a riscar o legado do golpe – teto de gastos, reformas trabalhista e previdenciária e outros temas.

Tentará repetir 2003, quando aceitou – via Carta aos Brasileiros – o legado neoliberal e, em alguns casos, deu continuidade a ele. Nos anos de expansão, a vida do povo melhorou. Diante de uma crise externa, o PT aplicou criteriosamente um ajuste brutal (2015-16). Repetir 2003 não é mais possível. A classe dominante não quer negócio nessa parte.

Lula é honesto em todos os sentidos. Não promete o que não fará e é a grande chance do país se livrar da extrema-direita, essa sim uma hecatombe real. Ainda bem que o Brasil tem o ex-presidente em plena atividade neste momento.

Brigar contra a indicação de Alckmin a vice é batalha inglória. Muito pior seria ter um genérico de Joaquim Levy na Economia. Mais vale disputar um programa mínimo de governo, pautado pelo fim do teto de gastos, da política de preços da Petrobrás e da volta dos direitos trabalhistas, entre outros tópicos.

Como pré condição a tudo, há um pequeno detalhe. É preciso ganhar a eleição. Apesar das pesquisas amplamente favoráveis, o caminho até outubro é de campo minado. A classe dominante brasileira (que teve representação no jantar do Rubayat) é absolutamente troglodita.

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Comentários

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NeoTupi

22/12/2021 - 13h57

Parte da esquerda precisa aprender a ler melhor a realidade:
1) O PT mudou sim o modelo de desenvolvimento brasileiro quando esteve no poder EXECUTIVO: empoderamento e ascensão social das classes baixas, desde a política do salário mínimo até a vagas nas universidades. Estatizou fatias de mercado do sistema bancário (expansão do BB, Caixa, BNDES). Fez política industrial (indústria naval, construção civil – PAC e Minha Casa, Minha Vida, do petróleo, automobilística, biocumbustíveis, conteúdo nacional nas licitações de telecomunicações, etc). O PT nunca teve o poder legislativo para fazer uma nova Constituinte com reformas profundas como tiveram Chavez, Correa, Evo Morales e outros.
2) É óbvio que Levy só foi escolhido ministro como alavanca para o próprio mercado dar apoio e pressionar o Congresso (controlado por Cunha e Aécio) a aprovar a CPMF para resolver a crise fiscal de 2014-2015. Não foi suficiente, mas o contexto foi esse, tanto é que Dilma escolheu Nelson Barbosa como sucessor, já que o mercado não correspondeu e aderiu ao golpe.
3) Dizer que Ulysses era mais progressista do que Lula é um pouco demais. Nem Brizola era, pelo menos depois do exílio. Brizola compôs com o grupo chaguista em seu primeiro governo no RJ para ter maioria na Assembléia Legislativa, buscou reconciliar com o ditador Figueiredo e até chegou a propor prorrogação do mandato. No segundo governo no RJ conciliou com Collor e foi contra o impeachment no começo. Fez diversas alianças à direita, em SP entregou o PDT a Adhemar de Barros Filho, na Paraíba a Wilson Braga, ambos vindos da ARENA. E Brizola estava certo na maioria daqueles momentos. Conseguiu fazer governos progressistas e precisava ampliar apoios fora de sua bolha.

Tony

22/12/2021 - 12h30

Para a gente saber o que restou de Lula é preciso que ele apareça na rua fora dos ambientes de amongolados petistas e ver o que aconteçe…

franco

22/12/2021 - 12h29

Lula nao é mais nada, faz parte do passado ha anos.


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