O ex-procurador Deltan Dallagnol (MPF), que entrou de vez na política partidária, atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, após ser criticado pelo magistrado.
O parceiro de Sérgio Moro disse que o ministro da Suprema Corte deveria ser “coerente” e “trocar a toga pelo voto”.
“É curioso que o ministro [Gilmar Mendes] faça esse tipo de comentário, afinal, ele fala e dá entrevistas sobre temas em julgamento no STF, o que viola a lei da magistratura”, disse.
Dallagnol atacou Gilmar através de um e-mail enviado ao UOL onde ele também fala que o magistrado tem “numerosos comportamentos inadequados”. Vale lembrar que Deltan é pré-candidato a deputado federal pelo Podemos do Paraná, berço da Lava Jato.
“Poderia seguir recordando os numerosos comportamentos inadequados que são conhecidos dos brasileiros e, estes sim, sugerem uma atuação política do ministro”.
Ainda na resposta as críticas de Gilmar, o ex-procurador aproveitou para atacar a decisão da Suprema Corte que tornou Sérgio Moro suspeito nas condenações contra o ex-presidente Lula.
“O STF se ateve a decisões como a condução coercitiva, a divulgação de áudios e a liberação de um termo de colaboração do Palocci. E nisso a decisão por maioria do STF errou feio, porque tais decisões simplesmente seguiram a lei e o padrão adotado pela Lava Jato em todos os outros casos”.
Críticas de Gilmar Mendes
Na entrevista concedida ao UOL nesta segunda, 20, o ministro Gilmar Mendes (STF) criticou a atuação do ex-juiz Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol (MPF) durante a Operação Lava Jato. O magistrado também comentou a entrada de ambos na política partidária.
“Agora, pelo menos, seguiu o caminho normal. Vai fazer política, vincula-se a um partido político. Nós vimos inclusive declarações dele de que ele já tinha recebido convite para ser ministro de Bolsonaro entre o primeiro e o segundo turno”, lembrou Gilmar.
Ainda nas palavras do ministro, tudo que esteja relacionado a Moro tem relação com arbitrariedades e corrupção.
“Nós criamos uma rede de arbitrariedades. Tudo o que está associado ao modelo Moro, de alguma forma, tinha uma conotação de arbitrariedade. A senadora Juíza Selma, que era chamada de ‘Moro do Pantanal’, foi cassada por corrupção. O Bretas, no Rio de Janeiro, é chamado de ‘Novo Moro’. Esse nome parece que não dá sorte”, disse.
Por fim, o ministro ressaltou que Moro e Deltan confessaram que “sempre jogaram juntos”.
“É a confissão de que eles já jogavam juntos antes. Isso é formalidade? Grampear advogados, fazer combinação com o promotor, receber sugestões sobre testemunhas, controlar as delações”.
Assista a entrevista completa!