Em coletiva virtual a imprensa para falar sobre o Relatório Trimestral da Inflação (RTI), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi claro ao dizer que a meta principal da entidade é combater a inflação.
Com isso, o BC deve continuar subindo as taxas de juros o quanto for necessário para atender as expectativas do mercado, ou seja, adotando um ciclo contracionista na atividade econômica.
Mas um detalhe que chamou atenção foi Campos Neto demonstrar que o Governo Bolsonaro não tem o menor comprometimento para amenizar o sofrimento dos mais pobres. Ele disse que é necessário colocar o país em recessão para recuperar a credibilidade.
“Os exemplos brasileiros mostram que você tem que colocar o país em recessão para recuperar a credibilidade”, enfatizou o banqueiro.
“Tudo está muito relacionado em um país como o Brasil com herança inflacionária recente. E entendemos que, para assegurar a inflação no centro da meta, é muito bom avançar nesse processo de normalização e passar a mensagem de que vamos seguir a meta. O processo vai se estender até quando as expectativas fiquem ancoradas”, completou.
No relatório divulgado hoje, o Banco Central reduziu drasticamente as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 e 2022. Sobre isso, Campos Neto reiterou que o objetivo principal é ancorar as expectativas e até que isso não aconteça, os juros devem continuar subindo.
“Nós entendemos que a ancoragem da inflação é o elemento mais importante para estabilizar o crescimento de longo prazo, a parte fiscal. E nós entendemos que vamos de novo estar passando por um processo que, sim, você vai ter uma elevação de juros com um crescimento na margem que não é muito elevado. Mas, nós entendemos que, se isso for feito de forma a ter credibilidade e com transparência, esse é o melhor remédio para maximizar o que entendemos que são as condições ideais de crescimento futuro”.
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