O quarto trimestre de 2021 não foi animador para a indústria nacional, o setor apresentou queda inesperada em outubro e pelo quinto mês consecutivo. Isso ainda é efeito causado pela pandemia de Covid-19 e pelo desprezo do Governo Bolsonaro com os impactos da doença na economia brasileira.
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, a produção industrial brasileira registrou recuo de 0,6% no comparativo com setembro, acumulando 3,7% de queda nos últimos três meses. Os dados também mostram que em relação a outubro de 2020 a queda foi de 7,8%
Os resultados foram mais negativos do que as expectativas divulgadas na pesquisa da Reuters com economistas. Os agentes estimaram uma alta de 0,6% na variação mensal e de perda de 5,0% na base anual.
O gerente da pesquisa, André Macedo, avaliou que “com cinco meses de queda, o setor fica 4,1% abaixo do nível pré-pandemia, de fevereiro do ano passado. E o setor está 20,2% abaixo do pico de maio de 2011. Mês a mês a indústria perde intensidade e força”.
Ele também afirmou que os dados de outubro mantém as perspectivas de que ao longo de 2021 seria predominante as taxas negativas, frutos dos efeitos da pandemia da Covid-19.
“2021 é marcado por perfil disseminado de quedas. Há claramente uma perda de força do setor”, completou ele.
Em outubro, três das quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 26 ramos pesquisados apresentaram perdas na produção.
As maiores influências negativas entre as atividades vieram de indústrias extrativas (-8,6%) –devido a quedas do minério de ferro e do petróleo– e produtos alimentícios (-4,2%) –por conta do açúcar, com a antecipação da safra da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do país.
Entre as grandes categorias econômicas, a queda mais acentuada foi registrada por bens de consumo duráveis, de 1,9%. A fabricação de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 1,2%, e a bens intermediários caiu 0,9%.
Somente a produção de bens de capital apresentou ganhos em outubro, de 2,0% em relação a setembro.