A retirada do antidumping promovido pelo Governo Bolsonaro sobre produtos químicos de uso industrial tem promovido o desabastecimento como consequência da valorização das commodities.
Na prática, isso derruba a competitividade da indústria local e muda a produção para outras regiões, um exemplo disso foi com os intermediários para fertilizantes e insumos farmacêuticos
Com isso, a Associação Brasileira das Indústrias Químicas (Abiquim) alerta que não existe desequilíbrio entre oferta e demanda para suspender a redução do imposto de entrada depois dos impactos iniciais da pandemia e da desorganização global das cadeias de produção.
De acordo com dados divulgados pela entidade, a importação de produtos alcançou índice recorde no consumo de químicos, cerca de 47% no intervalo de 12 meses.
Com esse cenário, a indústria química já trabalha com a perspectiva de prejuízo em 2021 de até US$ 42 bilhões. O rombo é o maior da história e que ganhou força com a alta dos preços dos produtos transacionados, maior quantidade de importação e crescimento moderado das exportações.
Nesta quarta, 16, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior se reúne para solicitar a redução na tributação de importação na resina PET, o pedido será analisado ainda hoje. As indústrias de plásticos e de bebidas mostram ao governo os riscos de desabastecimento do mercado brasileiro depois de um incêndio na fábrica tailandesa Indorama em Suape (PE).
Já no que diz respeito ao PVC, a Abiquim diz que houve falta de produto no mercado brasileiro em outubro e que o aumento gradual e histórico nos preços da resina está sendo registrado em escala global.
Para tentar minimizar os danos causados pela escassez de oferta, a tributação de importação do PVC foi reduzida de forma temporária. Com isso, as importações de PVC explodiram de 4 mil para 15 mil toneladas por mês com valores 15% abaixo da média do preço de importação.
Com informações do Valor.