Nomeado por Jair Bolsonaro, o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Maiurino, comprou e quitou em apenas 16 meses um apartamento no valor de US$ 675 mil (R$ 3,5 milhões) em Miami. Ele financiou o imóvel por US$ 337,5 mil. Na cotação de hoje, o valor corresponde a R$ 1,9 milhão.
A operação feita por Maiurino é considerada incomum porque na prática o chefe da PF acabou pagando mais caro pelas taxas do banco e juros.
Com isso, a operação chama menos atenção das autoridades norte-americanas que estão encarregadas de fiscalizar a origem do dinheiro de compras feitas à vista. A compra do apartamento foi divulgada pelo jornalista Allan de Abreu e publicada no Metrópoles.
Mas o que levanta suspeitas na compra do apartamento é que o salário bruto de um delegado especial da PF, posição ocupada por Maiurino é de R$ 31 mil. Em valores líquidos, são cerca de R$ 25 mil. Já o salário de sua esposa, Valeria Veit, que ocupa cargo de assessora no gabinete do deputado Bacelar (Podemos-BA) é de apenas R$6,2 mil.
O apartamento comprado pelo casal fica em um condomínio chamado Peloro Miami Beach, a beira mar. Outro detalhe relevante no caso é que para garantir a posse do imóvel é necessário pagar um imposto anual fixo de 1,8% do valor da propriedade ou seja, US$ 12.150 por ano.
Além disso, a taxa de condomínio é de US$ 1 mil por mês, R$ 5,5 mil mensais. Só nesses dois pontos são mais R$ 66 mil em gastos fixos por ano. Somados os dois gastos, o apartamento custa R$ 132,8 mil por ano. Maiurino foi procurado mas não quis informar a origem do dinheiro.