Cerca de 15 deputados do PDT de Ciro Gomes e Carlos Lupi votaram a favor da PEC dos Precatórios (23/2021) que permite a criação de um “espaço fiscal” para o Governo Bolsonaro fazer um gasto extra de até R$100 bilhões no Orçamento Federal em 2022. Apenas seis parlamentares do partido votaram contra.
A confirmação do apoio da bancada do PDT saiu do próprio líder do partido na Câmara, deputado Wolney Queiroz (PE).
“Tínhamos a preocupação com os professores que tinham seus precatórios. Celebramos um acordo com o presidente Lira e conseguimos o compromisso da precedência do pagamento desses precatórios, de dividir esse pagamento em 40%, 30% e 30%, em 2022, 2023 e 2024, respectivamente. Ainda temos um compromisso de constitucionalizar a renda básica”, anunciou no Plenário da Casa.
Porém, o texto-base do relator Hugo Motta (Republicanos-PB) foi criticada tanto pela esquerda quanto por setores da direita que classificam a proposta como “PEC do calote”.
A PEC também foi colocada em votação para tirar do papel o Auxílio Brasil, novo programa social que vai substituir o Bolsa Família. Contudo, o Planalto só pretende pagar o benefício até dezembro de 2022, último mês do Governo Bolsonaro.
Ao todo, serão 83,6 bilhões que serão destinados ao Auxílio Brasil e outras medidas que o Governo Bolsonaro pretende turbinar para chegar competitivo nas eleições de 2022 como o questionado Auxílio Diesel a caminhoneiros.
Os votos favoráveis da bancada do PDT gerou severas críticas da bancada de oposição que já tinha fechado contra a PEC. Até mesmo o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), foi ao Twitter criticar a decisão tomada pelo partido de Lupi.
O líder da oposição na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), disse que é a favorável ao pagamento do Auxílio Brasil, mas que poderia ser executado sem que “o governo dê um calote de R$ 90 bilhões no Brasil”.
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) criticou aqueles que se dizem oposição ao governo Bolsonaro mas que votaram favorável a PEC. “A história cobrará de quem se juntou ao bolsonarismo pra eternizar a população na pobreza”.
A deputada Tábata Amaral (PSB-SP) classificou a proposta como “gambiarra do governo para tentar garantir a reeleição”. Já Taliria Petrone (PSOL-RJ) alegou que o Governo Bolsonaro está vendendo a “ilusão do auxílio” na tentativa de buscar a reeleição.