Por Altamiro Borges
Por unanimidade, a Comissão das Prévias do PSDB anunciou nesta terça-feira (2) que rejeitou a participação no processo interno de escolha do presidenciável tucano de 92 prefeitos e vice-prefeitos recém-filiados pelo governador paulista João Doria. O pedido de exclusão foi feito por aliados do governador gaúcho Eduardo Leite – inclusive pela turma do vingativo mineiro Aécio Neves. Ninguém mais se entende no ninho tucano!
Conforme o pedido de impugnação, o diretório estadual do PSDB de São Paulo cometeu irregularidades ao cadastrar as novas filiações no sistema interno com datas retroativas às assinaturas das fichas. Pelas normas das prévias, somente os filiados até o dia 31 de maio poderão participar da escolha do candidato tucano. A disputa interna, que já era sangrenta, agora fica ainda mais indefinida. O arrogante João Doria, que era tido como imbatível, corre o risco de perder a guerra.
Com isso, crescem os boatos de que o governador paulista poderá deixar o partido – o que agravará as bicadas no ninho, que já são sangrentas, e bagunçará ainda mais os movimentos da chamada “terceira via” para a sucessão presidencial de 2022. João Doria já afirmou que não disputará a reeleição para o Palácio dos Bandeirantes – até porque fez um acordo com seu vice. E também já insinuou que não fará campanha para o rival gaúcho. A mudança de partido estaria nos seus planos.
Uma coisa é certa: o PSDB sairá mais fragilizado dessas prévias. O ex-governador Geraldo Alckmin, que bancou na marra a candidatura de João Doria à sua sucessão e depois foi traído pelo novato – que vestiu a camiseta do BolsoDoria – já anunciou que deixará a legenda. Cogita-se que poderá se filiar ao PSD de Gilberto Kassab ou ao União pelo Brasil, recém-formado com a fusão do PSL e do DEM. Ele só segurou a sua desfiliação para ajudar na campanha de Eduardo Leite – rival da sua criatura traiçoeira.