O ator e diretor Wagner Moura concedeu entrevista ao programa Roda Viva na TV Cultura na noite desta segunda-feira, 1, para falar sobre o filme “Mariguella” e não deixou de criticar o Governo Bolsonaro e seu desprezo pela cultura nacional. Na visão do ator, Bolsonaro promove um terrorismo no Brasil.
“Os acusados de terroristas são os pobres, o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], o Black Lives Matter, e isso sempre me incomodou, mas 600 mil mortos por Covid é terrorismo, 19 milhões de pessoas passando fome, a Amazônia pegando fogo, o ministro da Economia que tem uma conta offshore enquanto o povo paga imposto alto é terrorismo”.
Antes do filme chegar às salas de cinema, o artista revela que enfrentou dificuldades por parte da Ancine. “A questão com a Ancine foi uma situação absolutamente clara de censura”, disse Wagner.
Sobre os ataques do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que classificou Mariguella como “psicopata comunista”, Moura diz que não respeita ninguém desse governo.
“Eu não tenho nenhum respeito por nenhuma declaração de quem faça parte desse governo. Nem esse cara, nem aquele da secretaria de Cultura, eu não vou comentar”, declarou.
“A gente não pode admitir um governo federal trabalhando para que um filme não aconteça. Até hoje tem gente do governo falando mal, mobilizando sua militância digital para dar nota baixa no IMDb. É uma luta bruta, e isso diz mais sobre o estado das coisas do que sobre o filme. Você não precisa gostar, mas você não pode trabalhar para que o debate cultural seja interditado”.
Assista a entrevista completa!