FUP – Na manhã dessa quinta-feira (28), a comunidade beneficiada pela campanha “Combustíveis a preço justo” foi a de Vila Vintém, que comprou botijões por pelo menos metade do valor praticado hoje no mercado
[Assesoria de comunicação da FUP| Fotos: Maíra Santafé]
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) promoveram na manhã dessa quinta-feira, 28, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a ação “Gás Preço Justo”, com a venda de 200 botijões de gás de 13 litros, a R$ 50 cada um. O valor corresponde a pelo menos a metade do preço praticado hoje no mercado. A campanha beneficiou moradores da comunidade de Vila Vintém, localizada entre Padre Miguel e Realengo, e respeitou todos os protocolos de segurança exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por causa da Covid-19.
Participaram da campanha representantes da FUP e do Sindipetro-NF. Um grande botijão inflável laranja, com cerca de cinco metros de altura e a frase “Tá Caro? Culpa do Bolsonaro!”, chamou a atenção da comunidade. Esse mesmo botijão foi usado nas manifestações de 2 de outubro, em protesto contra os reajustes abusivos nos preços dos combustíveis.
Além de prestar ajuda humanitária para cerca de 200 famílias, os dirigentes sindicais explicaram à população sobre os prejuízos da política de reajustes dos combustíveis baseada no preço de paridade de importação (PPI), adotada pela Petrobrás desde outubro de 2016, que considera o preço do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar. O impacto vai além do valor dos derivados de petróleo, como gás de cozinha, óleo diesel e gasolina: também afeta os preços dos alimentos, transportes e demais itens, num efeito cascata com forte impacto sobre a inflação.
“Estamos subsidiando o gás para que a comunidade tenha acesso ao preço justo, pois o valor atual (mais ou menos 120 reais) é proibitivo e faz com que as pessoas busquem outras opções para cozinhar, colocando as suas vidas em risco. A ação Preço Justo é também um grito, é um protesto em relação ao preço exorbitante dos combustíveis. Vamos ajudar a reverter o que está sendo feito hoje com a Petrobrás, que é uma empresa brasileira e que pertence a nós, brasileiros”, comentou Gerson Castellano, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
“Estamos aqui oferecendo o gás a 50 reais, mas eu gostaria de não estar fazendo isso, pois o Governo é que deveria rever a política de preços sem a gente precisar subsidiar o gás para a população”, lamentou a diretora do Sindipetro-NF, Bárbara Bezerra.
Alessandro Trindade, diretor do Sindipetro-NF, contou que a ação preço justo do gás na Zona Oeste é mais uma forma de a comunidade petroleira ajudar os mais carentes em meio à pandemia, principalmente os que se encontram em extrema pobreza. “Enquanto o governo vem implementando uma sequência de reajustes e impedindo que as famílias levem para a sua cozinha o botijão de 13 quilos, nós, petroleiros, disponibilizamos em mais uma ação de solidariedade o gás a preço justo”, explicou o dirigente, ressaltando que a política implementada pela atual gestão da Petrobrás e pelo governo é equivocada.
A venda do gás a 50 reais é um alívio para o bolso dos consumidores. “A gente está vivendo uma barra pesadíssima, então posso dizer que estamos mesmo sobrevivendo com a aposentadoria, porque não dá para a despesa do mês”, contou o aposentado Edson Alves Nogueira, 82 anos, que por ser hipertenso e diabético gasta boa parte do seu orçamento com remédios.
Sebastiana Pinto, 48 anos, vive em uma casa com três pessoas na comunidade de Vila Vintém. “Se não fosse a ação do gás, eu estaria ferrada. Agora, o dinheiro que sobrar do gás vai para as compras do mercado”, comentou ela, que está desempregada.
“A ação ajuda muito, porque o gás está custando mais de 100 reais e fica difícil, pois tenho muita gente para alimentar em casa. Então, com o dinheiro que sobrou hoje eu vou comprar arroz”, desabafou Eliane Martins Casemiro, 45 anos, que tem três filhos e quatro netos.
Esta é a segunda ação Preço Justo promovida em outubro pela FUP e o Sindipetro-NF. Na última quinta-feira (21), outros 200 botijões de gás foram vendidos, cada um por R$ 50, na comunidade Claudio Ribeiro, localizada no bairro do Âncora, em Rio das Ostras (RJ). “Não é só o gás, não é só a gasolina. É também a dignidade das pessoas, que, em meio a uma política de preços destrutiva, não conseguem comprar o gás para cozinhar o alimento da família”, afirmou o diretor do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, lembrando ainda que o processo de desmonte da Petrobrás, que está em curso, também é prejudicial para a população.
O preço justo do gás de cozinha ofertado nas ações foi definido a partir de estudos elaborados por técnicos e economistas, levando em consideração os valores e custos da Petrobrás e a garantia de lucratividade de empresas produtoras, distribuidoras e revendedores. Isso prova que o consumidor não precisa e não deve pagar essa conta.