A revista Crusoé revelou nesta sexta-feira, 29, que a ligação do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, dono do extinto canal “Terça Livre”, com a família Bolsonaro vai além da defesa do governo na internet.
De acordo com a reportagem, o blogueiro se reuniu frequentemente com os filhos de Bolsonaro para traçar estratégias políticas e claro, o financiamento das milícias digitais mantidas e lideradas por Allan.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes (STF), relator do inquérito que investiga a atuação dessa organização criminosa na internet, pediu o início do processo de extradição do blogueiro que está nos EUA. Moraes já tem uma ordem de prisão preventiva contra o bolsonarista em solo brasileiro.
Nas mensagens reunidas pela Polícia Federal e obtidas pela CPI da Pandemia, o blogueiro admite que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pagou o aluguel do “bunker” que usava quando se mudou para Brasília.
O blogueiro falou sobre o assunto durante conversa no WhatsApp com o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) sobre a vinheta de abertura dos programas “Terça Livre” e “Onda Conservadora”. “Já estou no bunker pago pelo Eduardo. Cadê tu? Aparece aqui. Tenho algo grandioso para te mostrar. Sobre a viagem para SP”.
O tal do “bunker” era uma mansão no Lago Sul, uma das áreas mais nobres da capital federal. O imóvel fica localizado a 12 quilômetros do Palácio do Planalto, atualmente está desocupado e disponível para alugar no valor de R$ 9 mil com os impostos. O terreno tem dois mil m² e com 600 metros de área construída.
Era nessa mansão que aconteciam as “reuniões quinzenais” com o clã Bolsonaro e membros do governo. Devido a ligação direta com os filhos de Bolsonaro, o blogueiro se sentia na liberdade de fazer pedidos frequentes, incluindo encontros com autoridades da máquina federal com aqueles que tinha interesse em se aproximar.
A proximidade de Allan com a família Bolsonaro fez ele se reunir, por exemplo, com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, amigo de Eduardo. O blogueiro chegou a convidar o parlamentar para ir à casa dele e dito que o senador Flávio Bolsonaro já havia passado na mansão.
“Flávio já veio aqui. Falta você”, escreveu Allan ao deputado. Em seguida, o 03 responde: “Alan, hoje estou em São Paulo. Reunião na Fiesp com empresários que têm interesse nos EUA”. O blogueiro replicou: “Daqui a quinze dias teremos outra (reunião). Fala pro Gustavo ir. Do BNDES. Se ele estiver por aqui”. Eduardo diz: “Me passa o dia. Que daí já bloqueio aqui na agenda”.
O blogueiro transmitia essas mensagens sobre as reuniões para uma lista de 18 nomes que, além dos filhos do presidente, tinham o então titular da SECOM do Governo Federal, Fabio Wajngarten, o assessor especial da Presidência da República, Filipe Martins e os deputados federais Bia Kicis, Caroline de Toni, Filipe Barros, Felipe Francischini e Luiz Philippe de Orleans e Bragança.
Eduardo Jr
03/11/2021 - 22h41
Alan dos Santos, um blogueiro de crachá que recebeu repasses ilícitos de dinheiro deflagrados pela PF (não é prato feito), fugitivo da justiça, que bajula rachador e espalhou muita desinformação sobre as vacinas. Ele é uma vergonha.
Marco
30/10/2021 - 00h10
Só uma correção muito relevante: Allan dos Santos não é “blogueiro” e sim JORNALISTA. Tem registro e um canal de notícias fechado arbitrária e autoritariamente.
Tony
29/10/2021 - 13h36
Pouco tempo atrás as conversas eram entre uma Presidente da República e um sujeito que seria nomeado Ministro para ter foro privilegiado e escapar da justiça.
Hoje às conversas são entreul um blogueiro é um deputado onde não há absolutamente nada a não ser a tentativa de tornar isso algo suspeito ou ilícito.
Kleiton
29/10/2021 - 13h32
E qual seria a notícia ?