A resistência dos caciques do Progressistas no Nordeste que já estão em amplo diálogo com o ex-presidente Lula (PT) nas alianças regionais foi a válvula de escape para travar de vez as negociações de Jair Bolsonaro com Ciro Nogueira, manda chuva do PP, sobre sua volta ao partido.
Outro fator que fez as tratativas esfriarem foi a proposta de Bolsonaro em querer ter o controle absoluto do PP. A exigência do ex-capitão bate de frente com a dinâmica política do partido que na prática “não tem dono” e que por muitas vezes libera seus diretórios nas alianças regionais.
No caso do PL, Bolsonaro não terá esse controle absoluto, mas terá acesso ao fundo partidário/eleitoral e a liberdade de indicar seus candidatos ao Senado para fortalecer sua bancada e aos governos estaduais. No Rio de Janeiro, seu reduto eleitoral por exemplo, os dois senadores do partido e o governador Cláudio Castro são aliados do Planalto e devem ter Bolsonaro no palanque pela reeleição de Castro, de alguns deputados federais e do senador Romário.
O PL é um dos partidos que compõem a base governista e que apesar de ser pouco prestigiado em comparação com outros partidos do Centrão está disposto a ter Bolsonaro nos seus quadros. O dono do partido, Valdemar Costa Neto, já declarou inclusive que não tem mais condições de “ser oposição”. É provável que a filiação de Bolsonaro ocorra já nos próximos dias!