MST – Famílias Sem Terra da região do Pontal do Paranapanema ocuparam, na manhã deste sábado, a fazenda Santa Cruz do Kurata, localizada no município de Mirante do Paranapanema. A ação política organizada pelo MST tem como objetivo pressionar o Estado para a arrecadação de terras devolutas para a Reforma Agrária. Cerca de 50 pessoas participaram da ocupação.
A fazenda, que tem cerca de 1.400 hectares, é uma das centenas de latifúndios transitados e julgados como terras griladas no Pontal do Paranapanema. Todas essas terras somam, juntas, cerca de 150 mil hectares de terras, mais cerca de 540 mil hectares ainda em fase discriminatória.
Segundo Aparecido Gomes Maia, dirigente do MST no Pontal, “a ocupação é uma ferramenta legítima de luta pela terra e aqui estamos cobrando o Estado pela agilidade na destinação de terras para assentamentos de Reforma Agrária, pois as famílias trabalhadoras Sem Terra são diretamente impactadas neste momento de crise e precisam da terra para ter uma forma de viver e de trabalhar”.
Essa é a décima vez que a fazenda Santa Cruz do Kurata é ocupada, mas o Estado ainda não tomou a decisão de destinar as terras para a Reforma Agrária, por o MST cobra agilidade no processo de destinação das terras e assentamento das famílias para viverem, trabalharem e produzirem alimentos saudáveis
Para Diógenes Rabello, dirigente do MST no Pontal, “esse é um momento importante da retomada da luta de massas na região, depois de um período de quase dois anos de pandemia que tivemos que adotar novas metodologias e estratégias de enfrentamento ao agronegócio e ao latifúndio, cuidando da vida e da saúde dos nossos militantes. Essa ação de ocupação representa a indignação da classe trabalhadora organizada contra a desigualdade social, a lentidão do Estado em fazer a Reforma Agrária e contra as políticas genocidas do Bolsonaro e do João Dória”.
O ocupação ainda representou o posicionamento político do MST contra o Programa Titula Brasil e o Projeto de Lei 410/2021, do governador João Dória (SP), que buscam privatizar as terras públicas e entrega-las para a especulação imobiliária.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!