A bancada ruralista no Congresso acredita que o veto da China a carne brasileira é na verdade uma reação do país asiático aos ataques de Jair Bolsonaro e a política anti-China predominante no Ministério das Relações Exteriores. Bolsonaro e seus aliados já acusaram a China de criar o coronavírus, por exemplo.
Outro episódio que causou desgaste foi quando o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, ridicularizou nas suas redes sociais o sotaque dos chineses.
O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária e ex-ministro da Agricultura, Neri Geller (PP-MT), declarou a Folha que os ruralistas estão acompanhando os movimentos da China “com muita aflição”.
“Acho que o governo melhorou nos últimos seis meses, tirou o ingrediente ideológico e entrou a questão mais pragmática e comercial, que tem que prevalecer. Mas tem, sim, um rescaldo, que atrapalhou e atrapalha”, declarou.
“Desde o começo do governo nós da base alertamos que, ainda que o alinhamento ideológico seja com os Estados Unidos, nossos grandes parceiros comerciais consumidores estão no Oriente. Nosso maior comprador é a China. Precisamos ter um cuidado muito especial com esses países. E esse embargo prejudica muito”, observa.