O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que a comissão não tem provas robustas para indiciar Jair Bolsonaro por genocídio, mas esclareceu que o inquilino do Planalto pode ser fortemente enquadrado por crimes contra a humanidade.
“A grande preocupação em relação ao genocídio é que se você já tem crime contra a humanidade, já é um crime muito grande, e esse já foi provado e ‘desprovado’ por ele. O Bolsonaro fez aglomerações propositadamente, o Bolsonaro pregou a imunização de rebanho, pregou medicamento não comprovado, foi charlatão prescrevendo medicamento sem eficácia… Então, ele tem crimes sérios, só que o genocídio é muito mais sério que isso tudo”, disse ao O Globo.
Outro ponto que o senador ponderou é o risco da acusação de genocídio ser colocada na gaveta justamente pela insuficiência de provas, mas que deve votar a favor caso o relator Renan Calheiros (MDB-AL) decidir prosseguir com essa acusação. “O meu medo é esse crime (genocídio) ser arquivado no futuro e os outros dizerem ‘está vendo, eles estavam errados’. Mas, se o Renan mantiver esse ponto, eu votarei a favor”.
“Genocídio é um planejamento proposital para extinguir uma etnia, como foi feito com judeus, como foi feito com turcos, na Bósnia, na Palestina. Houve planejamento de extinguir índios? Não. ‘Ah, eles permitiram que o homem branco entrasse’. Espera aí, não permitiu. O índio não fica na maloca, ele sai. Índio não mora em maloca, ele mora em casa. Quando chegaram as vacinas (na Amazônia), para quem foi primeiro distribuído? Para os índios, a a primeira e a segunda dose”, observou o senador.