DW – O novo primeiro-ministro norueguês, o trabalhista Jonas Gahr Store, apresentou sua nova equipe de governo nesta quinta-feira (14/10). O time de ministros será formado por uma maioria de mulheres e dois sobreviventes do massacre de Utoya, que ocorreu em 2011.
Dos 19 ministérios, as mulheres ocuparão dez, incluindo a chefia das pastas das Relações Exteriores, Energia e Justiça.
Não é a primeira vez que 53% dos ministérios vão ser ocupados por mulheres no país. Entre 2005 e 2013, o mesmo ocorreu, pelo menos durante um curto período de tempo, quando o hoje chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, era primeiro-ministro.
O novo governo reúne os trabalhistas de centro-esquerda e o Partido de Centro, uma legenda regional que representa interesses dos agricultores da Noruega.
A nova coalizão toma posse em um momento tenso no país, um dia depois do ataque cometido por um homem armado com arco e flechas, em Kongsberg (sudeste da Noruega). Cinco pessoas morreram. O suspeito, um dinamarquês de 37 anos que se converteu ao islã, foi preso, e as autoridades apontam que o ataque parece ter sido um “ato de terrorismo”.
Sobreviventes de Utoya
Outra peculiaridade é que o novo governo terá dois sobreviventes do massacre na ilha de Utoya.
Na ocasião, o extremista de direita Anders Behring Breivik matou 69 pessoas, incluindo vários adolescentes, durante um encontro da juventude trabalhista. No total, os atentados cometidos por Breivik em 2011 deixaram 77 mortos no país, já que oito pessoas morreram na explosão de um veículo bomba em Oslo.
Os ministros sobreviventes do massacre de Utoya são Tonje Brenna, de 33 anos, nova ministra do Conhecimento, e Jan Christian Vestre, 35 anos, ministro do Comércio e Indústria.
“Estes jovens responsáveis e talentosos políticos carregam um fardo [do passado]. Tenho o sentimento de que demos um passo importante”, disse o novo chefe do governo, Jonas Gahr Store.