Em entrevista ao Valor, o presidente da Casa da Moeda, Hugo Cavalcante Nogueira, vice-almirante da reserva, admitiu que o futuro da estatal pode estar na “retomada do Sicobe, que respondia por R$ 1,4 bilhão do faturamento anual da empresa”, além de outros serviços.
Sicobe era a sigla para Sistema de Controle de Bebidas, um sistema de rastreabilidade de nível avançadíssimo operado pela Casa da Moeda, irresponsavelmente desativado há poucos anos, no governo Temer.
Nogueira faz ainda outra declaração promissora, caso seja levada adiante, de que “novos negócios são na área de rastreabilidade de combustíveis, remédios entre outros, e, também, produzir mais cédulas para outros países, e aumentar a participação no mercado de documentos de identidade e CNH”.
Opinião do blog: a sustentabilidade da instituição apenas estará garantida quando houver um governo comprometido com a modernização do país, porque a modernização exigirá sistemas públicos confiáveis de rastreabilidade, e no Brasil apenas a Casa da Moeda está aparelhada para isso.
Para quem não sabe, rastreabilidade significa controle da origem dos produtos, monitoramento de seu transporte e seu destino, para fins sanitários, fiscais, além da confiança do consumidor no caráter sustentável (social e ambiental) de cada mercadoria.
O Cafezinho publicou dois artigos importantes, assinados pelo próprio editor, para se entender os desafios da Casa da Moeda:
1) CASA DA MOEDA PODE TER FUNÇÃO CENTRAL NA REINDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS
2) PROJETO DE BOLSONARO PODE MATAR A CASA DA MOEDA, DESTRUIR EMPREGOS E… ENVENENAR SUA CERVEJA