No início de agosto, a Polícia Civil de São Paulo foi procurada por uma ex-funcionária da Prevent Senior que revelou as diversas irregularidades nos hospitais da seguradora durante a pandemia da Covid-19.
A empresa é investigada pela CPI da Pandemia no Senado após o recebimento de um dossiê elaborado e assinado por 15 médicos onde é detalhado todas as práticas irregulares da Prevent Senior.
Dentre as denúncias, está o relato de que pacientes serviram de cobaias com as medicações que eram inseridos no tal “kit Covid” e a omissão de sete óbitos de pessoas que foram “tratadas” com hidroxicloroquina.
Sobre esse remédio, a ex-funcionária disse que a “medicação passou a ser adotada a pedido da diretoria em pacientes que chegavam ao hospital com sintomas, mesmo sem a realização de exames para constatação”.
“Relata a colaboradora que diversos médicos que não concordavam com a indicação das medicações impostas pelos diretores, por receio de alguma retaliação acabavam receitando os remédios que não continham comprovação de eficácia por receio de perder o emprego”, diz trecho do relatório da Polícia Civil que a Folha teve acesso..
Outra denúncia grave é que a Prevent Senior praticava retaliação contra os funcionários que se recusavam a tomar os medicamentos ineficazes contra o vírus. Em um determinado momento, a empresa chegou a impor que os profissionais trabalhassem contaminados pela doença.
Por fim, a ex-funcionária declarou que a empresa indicava o tratamento precoce como forma de estudo “mesmo a empresa sabendo que não havia comprovação científica” e “sem a realização de eletrocardiograma”.
“Nos foi relatado ainda que tais medidas de combate a pandemia visavam apenas a redução de custos com a internação de pacientes uma vez que o hospital é do próprio convênio e internações geram custos”, diz o relatório.