Luiz Moreira: “Selbstmord” ou da negação da derrota

Por Luiz Moreira

As manifestações de hoje, 7/9, explicitam a falta de apoio popular de Bolsonaro.

Demonstram, por outro, dependência do bolsonarismo de pauta ideológica. Assim sendo, Bolsonaro deve, para manter fiel cerca de 20% dos eleitores, radicalizar os ataques às instituições e sinalizar ruptura à ordem vigente.

Ainda que se utilize da pauta ideológica como fundamento político, sem apoio popular e sem sustentação dos EUA, caminhará para o ostracismo, o que culminará com a prisão de muitos de seus familiares.

Reparem que Bolsonaro fala em “prisão, morte ou vitória”. Sabe ele que vitória sua é cada dia mais improvável, pois sua tentativa de golpe esbarra na oposição de Joe Biden.

Ele, porém, tem repetido que não será preso. Parece-me, então, ante sua derrota, que Bolsonaro cogita matar a si mesmo (selbsmord), atribuindo ao seu suicídio o caráter de sacrifício heróico.

Seria, nesse caso, também tentativa de reconciliar-se com tradição militar, que vê o suicídio como opção à capitulação.

Tal qual Hitler, Göring e Himmler, Bolsonaro daria ao bolsonarismo a própria vida?