A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um estudo que mostra a gravidade no que diz respeito as mortes por Covid-19 no Brasil. A análise indicou que foram 230.452 óbitos pela doença em 2020 e não 194.949 divulgadas pelo Governo Bolsonaro. Em números redondos, houve uma subnotificação de -35.503 mortes.
Ou seja, segundo esse estudo da Fiocruz, e supondo que as mortes de 2021 não tenham sido também subnotificadas, o total de vítimas fatais da Covid hoje no Brasil seria de 631 mil pessoas.
Os números batem de frente com a narrativa dos senadores governistas que compõem a CPI da Pandemia. Eles tentam a todo momento minimizar o impacto da pandemia no Brasil através de supostas ações do Governo Federal, chegando a afirmar que houve uma supernotificação de óbitos por parte dos governadores para “desgastar” Jair Bolsonaro.
O estudo da Fiocruz também apontou a distribuição de óbitos por tipo de ocupação. Os médicos representam 2% do total de mortes pelo vírus no ano passado. Entre outros profissionais de saúde, 27% eram enfermeiros, 13% dentistas, 8% farmacêuticos, 5% fisioterapeutas, 3% veterinários, 2% nutricionistas.
Já as ocupações que também registram maior número de mortes foram: setores de produção de bens e serviços industriais (22%), comércio (19%) e agropecuário que também inclui atividades florestais e pesca (18%).
O coordenador do estudo, Cristiano Boccolini, observa que esses números ainda podem ser maiores já que cerca de 58,7% das declarações de óbito não informam o tipo de ocupação da vítima pela Covid-19.
“Percebemos que as categorias profissionais mais afetadas são os chamados serviços essenciais, trabalhadores que não podem parar, aderir ao home office e manter o isolamento social, o que escancara o peso das desigualdades sociais no cenário da Covid-19”, aponta.