Em constante delírio golpista, Jair Bolsonaro decidiu continuar a radicalizar o seu discurso contra as instituições democráticas e voltou a desenterrar o voto impresso, mesmo após a PEC ter sido rejeitada pela Câmara dos Deputados e de ter quebrado a promessa feita com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
“O que que é a alma da democracia? É o voto. O povo quer que você, ao votar, tenha a certeza de que o teu voto vai para o João ou para a Maria. Não quer que, num quartinho secreto, meia dúzia de pessoas conte os seus votos”, disse Bolsonaro a Rádio Eldorado de São Paulo.
Bolsonaro também adotou um tom de ameaça contra os outros poderes. “Só tenho uma coisa a falar. Estou conspirando, sim, e muito. Para que todos cumpram a nossa Constituição, ok? Essa é a minha conspiração. Cumpram a Constituição, só isso”.
Na última sexta-feira, 20, ele resolveu protocolar, através do Palácio do Planalto, um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
O magistrado foi quem mandou prender os aliados de Bolsonaro como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) e o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), ambos que embarcaram no golpismo contra a Suprema Corte. A atitude de Bolsonaro foi rechaçada tanto pelo Congresso Nacional quanto pelo Judiciário.
Para estancar a crise, o Fórum de Governadores liderado pelo governador do Distrito Federal pelo MDB, Ibaneis Rocha, quer uma reunião com Bolsonaro.
Existe uma tensão entre os gestores sobre a politização das Polícias Militares, o alerta foi feito pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após ter expulsado um coronel da PM paulista por incitar os colegas de farda para participar das manifestações golpistas no 7 de setembro.