Trecho do relatório de agosto do Instituto Fiscal Independente (IFI), entidade vinculada ao Senado, divulgado ontem:
(…) Taxa de desemprego estaria em 20,7% caso a taxa de participação fosse mantida no nível pré-pandemia. Para ilustrar o efeito da recomposição da força de trabalho sobre a taxa de desemprego, calcula-se que o indicador teria atingido 20,7%, no trimestre encerrado em maio, caso a taxa de participação estivesse no nível pré-pandemia, como se observa no Gráfico 3. A saber, em fevereiro de 2020, a participação era de 61,7%.
A relação entre o número de pessoas que compõe a força de trabalho e o número de pessoas em idade de trabalhar (indicador conhecido como taxa de participação) atingiu 57,3% no trimestre encerrado em maio, avançando 0,4 p.p. em relação ao patamar registrado no mesmo período do ano anterior. O cálculo do desemprego com a taxa pré-pandemia é útil para observar que o desemprego seria mais elevado se muitas pessoas não tivessem parado de procurar uma ocupação. Isto é, permite avaliar o quadro da precariedade do mercado de trabalho de maneira mais completa. (…)
O “desemprego real”, portanto, estaria acima de 20% da força de trabalho, o que significa que mais de 20 milhões de cidadãos adultos estão alijados, de uma maneira ou outra, de atividades que lhes permitam viver com dignidade.
O relatório trouxe ainda uma série de gráficos e tabelas que consideramos pertinentes.
A expectativa do boletim Focus, publicação do Banco Central que reúne as estimativas dos principais agentes financeiros do país, mostra que há um declínio nas expectativas de crescimento em 2022.
Para o ano de 2021, porém, o Focus espera um crescimento acima de 5%.
Os indicadores econômicos mostram uma economia ainda estagnada. A produção industrial caiu 2,5% ao final do trimestre encerrado em junho.
As despesas discricionárias, que incluem investimentos, nunca estiveram tão baixas. O governo Bolsonaro paralisou completamente o programa de investimentos.
As projeções do IFI para o PIB nos próximos anos sinalizam crescimento pouco acima de 2% entre 2022 e 2024. Para 2021, espera-se uma recuperação de 4,21%.
O IFI estima queo dólar deve encerrado o ano numa taxa média de 5,27%, e e permanecer nesse patamar até 2024.
Os juros nominais líquidos, que correspondem ao que o Estado gasta por ano com o pagamento de juros da dívida, devem chegar a 4,73% do PIB em 2021, e permanecerem um pouco acima de 4% nos próximos anos.
A dívida bruta do governo geral deve fechar 2021 em 85,64% do PIB, e depois oscilar entre 86% e 87% até 2024.
O IFI prevê que os gastos com bolsa família devem passar de 0,3% do PIB em 2021 para 0,5% em 2022.
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