A votação da PEC do voto impresso que aconteceu no Plenário da Câmara na noite desta terça-feira, 10, não contou apenas com os votos favoráveis da base governista de Jair Bolsonaro. O Planalto obteve 229 favoráveis ante 218 contra e como era necessário 308 votos favoráveis para levar ao Senado, a medida foi arquivada.
Apesar de terem orientado seus deputados a votarem contra a proposta da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), duas das maiores legendas de oposição, PDT e PSB, registraram votos favoráveis a proposta que foi defendida diuturnamente por Jair Bolsonaro, incluindo discursos golpistas, acusações sem provas e ataques pessoais contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.
No PDT, cerca de seis deputados votaram com o governo. São eles: Jesus Sérgio (PDT-AC), Alex Santana (PDT-BA), Subtenente Gonzaga (PDT-MG), Silvia Cristina (PDT-RO), Marlon Santos e Pompeo de Mattos, ambos deputados pelo PDT do Rio Grande do Sul.
Em abril deste ano, Mattos chegou a participar de uma campanha virtual pelo voto impresso junto com parlamentares bolsonaristas. A campanha foi feita no Facebook da deputada Caroline de Toni (PSL-SC).
Já no PSB, votaram favoráveis a proposta os deputados Ted Conti (PSB-ES), Emidinho Madeira (PSB-MG), Júlio Delgado (PSB-MG), Luciano Ducci (PSB-PR), Mauro Nazif (PSB-RO), Heitor Schuch (PSB-RS), Liziane Bayer (PSB-RS), Rodrigo Coelho (PSB-SC), Jefferson Campos (PSB-SP), Ricardo Silva (PSB-SP) e Rosana Valle (PSB-SP).
Em maio deste ano, o presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, chegou a divulgar um vídeo nas redes sociais onde defendia o “voto impresso auditável”. Na sua fala, Lupi afirmou que “sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem a recontagem, a fraude impera”.
Entre os socialistas, o presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira, também chegou a se posicionar favorável ao voto impresso, mas devido aos delírios golpistas de Bolsonaro, a posição do núcleo do PSB mudou.