Os núcleos nacionais do MDB e PSL estão se tornando cada vez mais próximos e já colocam no radar a possibilidade de firmarem uma aliança nas eleições de 2022. Ambos os partidos fazem parte do centro democrático e são entusiastas de uma candidatura de terceira via.
Pelo PSL, foram 56 deputados eleitos em 2018, o partido também abrigou Jair Bolsonaro que saiu vitorioso na disputa, mas logo no fim do primeiro semestre de 2019, desembarcou da legenda após disputas internas.
Com isso, o PSL já fechou alguns acordos estratégicos com o MDB para tentar manter relevância e o peso nas articulações políticas para o pleito do ano que vem. Recentemente, a legenda recebeu de braços abertos o jornalista José Luiz Datena, possível candidato ao Planalto.
A aproximação entre as cúpulas começou no início de junho, num jantar em São Paulo, que teve a presença do ex-presidente Michel Temer, o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), e o presidente nacional do PSL, o também deputado federal Luciano Bivar (PE).
De acordo com a Exame, o primeiro acordo fechado entre eles foi de lançar um programa conjunto, chamado “Ponto de Equilíbrio”, que será elaborado pelas fundações Indigo (PSL) e Ulysses Guimarães (MDB).
Após isso, os dois apresentam suas candidaturas próprias ao Palácio do Planalto com o objetivo de convergir em uma chapa única ainda no início de 2022. Os emedebistas querem lançar a senadora Simone Tebet (MS) enquanto o PSL deve fechar com Datena.
Porém, o jornalista já comunicou a cúpula do partido que deseja se lançar a uma vaga no Senado Federal e por isso o lançamento da candidatura do próprio Bivar pode se tornar realidade. Além disso, os dois partidos também querem fechar alianças regionais e por isso, vão fazer um mapeamento nacional.
Segundo o vice-presidente Nacional do PSL, deputado Júnior Bozella (SP), “o MDB e o PSL largaram na frente e estarão irmanados. Lá na frente vamos conversar sobre quem será nosso candidato (a presidente)”.
Na mesa de negociações, foi Baleia Rossi quem liderou as articulações para o embarque de Datena para o PSL. Tanto o emedebista quanto a cúpula do PSL querem isolar a ala bolsonarista do partido, sob a influência do deputado Eduardo Bolsonaro (SP).
“Há uma tentativa de juntar as fundações dos dois partidos em uma reflexão conjunta sobre os rumos do País. Até meados de setembro vamos apresentar um documento conjunto”, disse o presidente da Fundação Indigo, Marcos Cintra.
Alexandre Neres
09/08/2021 - 20h39
Por óbvio, o PSL sob nenhuma hipótese pode ser considerado do centro democrático. Não há como desvincular o PSL de Bolsonaro, por mais que este tenha saído de lá. Seria até bem-vindo de volta se não quisesse dominar totalmente o partido, inclusive a bufunfa.
No tocante ao MDB, quanto mais com a saída de Requião, pode no máximo ser considerado do centro fisiológico.