Caravanas de trabalhadores para Brasília, pressão junto ao Senado e uma greve nacional são algumas das estratégias que a Fentect deve acionar para barrar a venda dos Correios
[Da redação da CUT]
A aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei (PL) nº 591/21, da privatização dos Correios, nessa quinta-feira (5), por 286 a favor e 173 contrários, levou os trabalhadores e trabalhadores da estatal a endurecer a luta contra a venda da estatal. A categoria prepara uma greve nacional, ações judiciais, atos e pressão nas redes sociais para reverter o desmonte que o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) vem promovendo no Senado, para onde a proposta foi encaminhada.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) prepara junto com seus sindicatos uma plenária com os trabalhadores neste sábado (7), a partir das 17 horas pelo aplicativo Zoom, em que irão discutir o início de uma greve nacional para os próximos dias, com data a ser definida, em defesa dos Correios como estatal.
A luta dos trabalhadores dos Correios também é em defesa dos direitos retirados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) durante a campanha salarial. O TST retirou 50 dos 79 benefícios conquistados em Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) anteriores, durante julgamento do dissídio coletivo em setembro de 2020.
O acesso à plenária poderá ser feito pelo computador, sem necessidade de fazer o download do aplicativo. No caso do celular é preciso baixar o aplicativo. A inscrição pode ser feita clicando aqui.
“A partir de plenária deste sábado vamos tirar a estratégia para pressionar os senadores para que eles votem contra a privatização dos Correios. Queremos que a pressão, por meio do diálogo, seja feita também em seus estados e bases”, diz Emerson Marinho, secretário de Comunicação da Fentect.
A CUT entrou nesta luta e por meio do site“Na pressão” é possível enviar mensagens aos senadores, por e-mail, WhatsApp e telefone para que eles saibam que a população é contra a venda de uma das empresas mais premiadas e eficientes do país, que tem mais de 90 mil trabalhadores e gera lucros bilionários. Somente no ano passado o lucro dos Correios foi de R$ 1,5 bilhão
Grandes manifestações presenciais também estão sendo preparadas. A Fentect quer levar em caravanas um grande número de trabalhadores à Brasília, a fim de pressionar o Congresso Nacional para que volte atrás na venda do patrimônio público.
Organizaremos grandes caravanas e mostraremos nossa força. Vamos lembrar aos deputados que votaram pela venda dos Correios, que a nossa resposta virá em 2022, nas próximas eleições- Emerson Marinho
Para o dirigente, o Congresso e o presidente da Câmara, Arthur Lira cometeram um crime de lesa-pátria, entregando uma empresa lucrativa e eficiente ao mercado financeiro.
“Estamos feridos na batalha, mas a guerra continua. Temos plenas condições de reverter essa situação, vencermos Bolsonaro e Lira que expropriam as riquezas do Brasil, as entregando ao capital privado internacional”, afirma Emerson Marinho.
Privatização é ilegal
A Fentect contesta a legalidade da privatização. A entidade entende que ela pode ser contestada no Supremo Tribunal Federal (STF) porque fere o artigo 21 da Constituição, que determina que compete à União “manter o serviço postal e o correio aéreo nacional”.
Representantes da Fentect querem que a ministra Carmen Lucia, relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 6635 contra a privatização, dê o seu parecer. Os trabalhadores entendem que por ferir a Constituição a venda só poderia ser feita por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que precisam de votação em dois turnos na Câmara e Senado e contar com a maioria dos votos dos parlamentares.
A inconstitucionalidade da venda dos Correios também já foi defendida pela Procuradoria Geral da República (PGR). Deputados de partidos progressistas, após a votação no plenário da Câmara Federal, também se manifestaram pela ilegalidade da venda dos Correios.
O deputado Vicentinho (PT-SP), vestindo um uniforme dos Correios, no plenário da Câmara, afirmou que a oposição está disposta a ir à Justiça contra a venda da estatal. Segundo ele, “essa luta segue, pela sua inconstitucionalidade, para o Supremo Tribunal Federal. Não devemos desanimar, façamos o bom combate e mantenhamos a fé”.
Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e líder da Minoria, disse que “ jamais poderíamos desta forma privatizar os Correios. Deixo claro que vamos recorrer na Justiça diante desta inconstitucionalidade”.
O líder do PDT, deputado Wolney Queiroz (PE), também lamentou a votação da proposta. “Hoje nós estamos vendendo os Correios do Brasil, um dos maiores patrimônios deste País, em uma tarde com o Plenário esvaziado, com votação remota, sem que a sociedade acompanhe, sem que a sociedade saiba”.
João
30/08/2021 - 09h48
Está aí o motivo para a privatização ser pra ontem, vagabundo que não quer trabalhar deve ficar sem emprego mesmo.
Regina
24/08/2021 - 14h09
Que entregue até para o capeta vai ser melhor que esse bando de como dormi tô cansada de pagar imposto alto e sustentar gente imprestável
Regina
24/08/2021 - 14h07
Eu muitos consumidor estamos na torcida por essa Privatização se vcs fizessem por onde isso não acontece trabalhariam direito nós pagamos frete altos pra vcs entregar na nossa casa e vcs metem diz que não foram atendidos quando nem na nossa residência vieram ainda somos mal tratados nas filas pra retirar nossa mercadorias vcs só querem entregar pacote pequeno pacotes do tamanho de um carteira me poupe e se poupe não quer trabalhar pedi para sair e da vez pra quem quer
Privatização já
Tiago Silva
07/08/2021 - 16h01
Infelizmente vão entregar sob privataria a empresa rentável e estratégica dos Correios… E com votos da Tábata Amaral, mais quatro deputados do PDT e mais três deputados do PSB.