Um levantamento feito pela XP com investidores mostra que o ex-presidente Lula (PT) é o favorito para assumir a presidência da República a partir de 2023. Cerca de 45% dos entrevistados declararam favoritismo ao líder petista. O atual ocupante do Planalto, Jair Bolsonaro, apareceu em 39% das menções.
Já na chamada terceira via, o nome predileto do mercado financeiro foi do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que registrou 45% de probabilidade de ser eleito sendo candidato por esse campo alternativo.
O tucano gaúcho é seguido pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, com 20% e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com seus 12% de probabilidade.
Outros nomes da terceira via como do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), José Luiz Datena (recém filiado ao PSL) e do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), não chegaram a registrar 10%.
Já o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (ainda no PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e o apresentador Luciano Huck ficaram com apenas 1%. A XP ouviu cerca de 75 investidores através de questionário eletrônico, esses agentes atuam como gerentes, economistas e consultores.
Análise
Beneficiado pelo fator memória, o ex-presidente Lula carrega no seu currículo a “bonança econômica” dos seus dois mandatos como presidente. Nenhum dos seus concorrentes têm essa carta na manga.
É óbvio que o fator determinante para ter êxito na eleição é o voto popular majoritário, mas com a interlocução correta, Lula também pode recuperar a confiança dos agentes econômicos. Já Bolsonaro, embora ainda tenha seu ‘Posto Ipiranga’ que não cumpriu a maioria das promessas de 2018, parece está perdendo credibilidade junto a esse segmento.
Na terceira via, o ambiente é de fragmentação. Tudo indica que não haverá consenso entre os partidos de centro em torno de uma candidatura única desse campo “nem nem”.
Figuras como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se movimenta fortemente nos bastidores, de baixo para cima, na busca de se viabilizar nas prévias do seu partido.
Recém chegado no PSL, José Luiz Datena ainda é uma novidade no jogo e só o tempo vai dizer sobre a viabilidade de uma candidatura ao Planalto. Uma chapa com o MDB de Baleia Rossi é uma possibilidade.
Já o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tenta se viabilizar pela centro-esquerda, mas encontra muitas dificuldades de sair do isolamento político, tanto pelo favoritismo de Lula nesse campo, quanto pela narrativa ofensiva contra o que chama de “sistema”.
Recentemente, o pedetista disse que a “esquerda e direita têm medo de mim” e que “há muito tempo tentam impedir que eu chegue à presidência”, numa clara sinalização de se afastar dos polos.