O AfD (Alternativa pela Alemanha), partido de ultra direita alemão e que teve uma de suas representante, Beatrix von Storch, no encontro com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, decidiu que não vai explorar esse evento para promover a legenda.
O motivo é que Bolsonaro é conhecido mundialmente pela defesa no desmatamento na Amazônia e isso é uma das pautas que deve banir a divulgação da reunião de von Storch com o ex-capitão pelo partido.
Recentemente, cerca de 180 cidadãos alemães morreram nas enchentes após as fortes chuvas que atingiram o país. Esse fenômeno fez com que as mudanças climáticas ficasse no centro do debate político alemão. As eleições nacionais deve acontecer em setembro deste ano.
Além disso, o encontro de uma representante da AfD com Bolsonaro pode carregar ainda mais um sentimento de isolamento eleitoral pelo partido e como consequência um dano eleitoral irreversível.
“Apesar de ser possivelmente reconhecido como positivo pelo núcleo duro de apoiadores do partido, eu diria que não ajuda a AfD com os indecisos, que não irão apreciar uma reunião com alguém responsável pelo enorme desmatamento de uma floresta”, disse ao Estadão.
Já Melanie Amann, jornalista que escreveu o livro Angst für Deutschland: Die Wahrheit über die AfD: wo sie herkommt, wer sie führt, wohin sie steuert (Medo pela Alemanha; a verdade sobre a AfD: de onde vem, quem a lidera e para onde está sendo liderada), disse que von Storch é considerada uma parlamentar independente na AfD.
“Ela (von Storch) vem como uma política da AfD, mas ela não faz para o partido, como estratégia de se conectar ao Bolsonaro. É em seu próprio proveito”, afirma a jornalista.
“A política internacional da AfD é caótica. Eles não têm uma estratégia de como querem se colocar internacionalmente. Sempre há representantes do partido viajando ao redor do mundo”, acrescenta.