Responsável direto pelos mais de 550 mil mortos pela Covid-19 no Brasil, Jair Bolsonaro tem ficado cada vez mais no canto da parede com as denúncias de corrupção na compra de vacinas e a profunda crise política e de impopularidade que enfrenta devido às investigações da CPI da Pandemia no Senado.
Mas além de tudo isso, também existe a omissão de Bolsonaro na compra dos imunizantes para apostar criminosamente no famigerado e inútil “tratamento precoce”, com medicamentos comprovadamente ineficazes no tratamento da Covid-19.
Já existem indícios de que o presidente da República agiu para fazer lobby junto às empresas farmacêuticas que produzem a hidroxicloroquina e a ivermectina.
No que diz respeito a omissão, gravações obtidas pela revista Crusoé de reuniões ocorridas no Palácio do Planalto revelam e comprovam que Bolsonaro se omitiu de forma dolosa na aquisição de doses da vacina contra Covid-19 pelo consórcio Covax Facility.
E a atitude criminosa de Bolsonaro foi registrada pela subchefe adjunta de política econômica da Casa Civil, Talita Saito, que numa reunião em setembro do ano passado, ela deixa claro que o atraso na aquisição de vacina pela Covax é de inteira responsabilidade de Bolsonaro.
“Eu bato sempre nessa tecla porque é importante deixar muito claro que essa decisão ainda não foi tomada. O presidente da República ainda não se posicionou sobre a entrada no Brasil no instrumento”, afirmou. Nesse período, Talita era subordinada ao general Braga Netto, então ministro da Casa Civil.
A subchefe da pasta também lembrou na reunião que apesar da intenção inicial de imunizar 20% dos brasileiros com a vacina da Covax, o Ministério da Saúde sob o comando do general Eduardo Pazuello, desistiu de comprar metade das doses disponibilizadas exclusivamente para o Brasil.
Naquela ocasião, Pazuello usou como justificativa para recusar a grande oferta do consórcio de vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que aquilo se tratava de uma negociação “nebulosa” do consórcio.
Outro agravante é que o general da ativa mentiu (mais uma vez) em seu depoimento à CPI quando disse que a dose foi oferecida inicialmente ao Governo Bolsonaro pela Covax por US$40.
No entanto, a embaixadora do Brasil em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, afirmou claramente na reunião do dia 12 de agosto de 2020, com representantes do Itamaraty e da Casa Civil, que o valor inicial era de US$20, mas que o consórcio aceitou baratear e o preço final ficou em US$10,55 por dose.
“O preço da dose baixou bastante. De 20 foi para 12, entre 12 e 16, e agora está sendo apresentado para nós a 10 dólares e 55 centavos”, destacou.
Confira o vídeo na íntegra!