Na noite desta quinta-feira, 22, o deputado federal Paulo Ramos (PDT-RJ) divulgou um vídeo em suas redes sociais para dizer que o seu partido não defende mais o voto impresso.
Ele lembrou que o voto impresso e auditável sempre foi uma pauta histórica do PDT, tendo Leonel Brizola como principal entusiasta. Mas ele também ressaltou que o momento não é adequado para defender e discutir sobre o assunto.
Recentemente, o voto impresso e auditável tem sido defendido arduamente por Jair Bolsonaro no momento que está em declínio nas pesquisas. O PDT foi amplamente criticado por essa postura, inclusive por este blog.
No final de maio, o presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, publicou um vídeo nas redes sociais para defender o voto impresso. “Sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem a recontagem, a fraude impera”, disse Lupi.
O pré-candidato a presidência pelo partido, Ciro Gomes, também defendeu esse sistema.
“Para ficar bem claro: o que Lupi defendeu, teoricamente, em uma entrevista, não foi a substituição do voto eletrônico por voto em papel. Mas o aperfeiçoamento da urna eletrônica, tornando-a capaz de gerar um canhoto impresso. Ou seja: as pessoas votariam em uma urna eletrônica semelhante à atual e seu voto também seria computado eletronicamente. Só que cada urna geraria e armazenaria um comprovante que seria retido por ela, de forma secreta e indevassável”.
Menos mal que, a julgar pela fala de Ramos (nem o presidente nacional nem Ciro Gomes se manifestaram), a ficha parece estar caindo junto a alguns caciques trabalhistas, de que as intenções por trás do voto impresso não são as de aumentar a transparência do sistema, mas de usá-lo para tumultuar as eleições de 2022, além de outros objetivos ainda mais obscuros (como o de usar o tumulto criado para dar um golpe).