O novo diretor de Logística do Ministério da Saúde, general Ridauto Fernandes disse em uma conversa de Whatsapp em novembro de 2020 que Jair Bolsonaro deveria ter decretado Estado de Sítio em maio do ano passado, no auge da crise do Palácio do Planalto com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em uma conversa no grupo de militares que O Globo teve acesso, eles falaram sobre o artigo de Fernando Gabeira publicado no jornal. Durante a ditadu, o jornalista foi integrante do grupo revolucionário MR-8.
No trecho que Gabeira disse que Bolsonaro rebaixava às Forças Armadas, o general revelou sua face sombria. “Por alguns valores, um militar passa (facilmente) por cima de muita de coisa“, disse Ridauto.
“Desculpem os que se sentirem ofendidos, mas por minha Pátria eu morro. E também mato e faço coisas que não vou listar aqui, para não provocar chiliques”.
“Se eu achar que minha Pátria estiver precisando, aceito de cabeça eguida humilhações e cusparadas”.
“E, se achar que minha Pátria estiver precisando, providenciarei para que aquele que a esteja agredindo seja neutralizado (morto). Adoro essa palavra, neutralizado”.
Em outro momento, o general diz que gostaria de mostrar ao Brasil que o Exército não mudou, mesmo após o fracasso da Ditadura Militar e adotou um tom ameaçador contra Gabeira.
“Nem sempre cumprir o dever é algo sacrificante. Acha que o Exército mudou em 50 anos?Adoraria mostrar que não mudou”.
Ridauto foi questionado pelo O Globo sobre a veracidade das mensagens e confirmou que escreveu tais coisas.
“Destaco que, na data em que o expressei, não integrava qualquer órgão de governo e, portanto, falava somente por mim, com a liberdade que a lei me garantia”.