O ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, hoje secretário de Estudos Estratégicos (!), general Eduardo Pazuello, mentiu descaradamente em seu depoimento à CPI da Covid.
Ao faltar com a verdade, Pazuello infringiu o compromisso estabelecido com os senadores. Se este vídeo tivesse sido vazado no momento em que ele prestava seu depoimento, ele receberia imediatamente voz de prisão pelo presidente da CPI, o senador Omar Aziz.
Ainda é possível lhe dar ordem de prisão, por uma mentira contada ao Senado e ao Brasil?
No depoimento feito no dia 19 de maio deste ano, Pazuello reagiu agressivamente à pergunta se havia liderado as negociações para a compra de vacinas da Pfizer. Ele disse que era o “dirigente máximo” do ministério, e que não lhe cabia conversar com empresários. E ainda dispara contra Renan Calheiros: “o senhor deveria saber”.
A CPI investiga as razões que levaram o governo Bolsonaro a ignorar criminosamente dezenas de propostas da fabricante americana de vender vacinas ao Brasil.
Entretanto, a Folha vazou um vídeo hoje, de reunião realizada no dia 11 de março, na própria sala do então ministro Pazuello, em que ele se reune (fora da agenda) com representantes de uma empresa que prometia vender 30 milhões de doses da vacina.
O escândalo não pára aí.
A reportagem da Folha teve acesso ao teor da proposta apresentada ao ministro.
O ministro se dispunha a atropelar o Instituto Butantan, que vinha negociando diretamente com a Sinovac, produtora da Coronavac, para comprar o mesmo produto, via um intermeditário, por quase o triplo do preço!
Abaixo, juntamos os vídeos que provam a mentira de Pazuello. Na primeira parte do vídeo, o ministro fala à CPI que não recebe empresários. Na segunda parte, recebe empresários.