Nesta sexta-feira, 16, parlamentares do Centrão e da oposição se uniram para derrotar a PEC do Voto Impresso relatada pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR) e defendida arduamente por Jair Bolsonaro.
Porém, os bolsonaristas fizeram uma manobra regimental e simplesmente adiaram a votação da PEC que tinha a expectativa de não ser aprovada pela ampla maioria e significaria uma derrota humilhante para o governo.
De última hora, o relator disse que iria modificar o texto e o presidente da comissão, o bolsonarista Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), concedeu uma sessão para fazer as modificações.
A sessão foi dada mesmo diante dos governistas terem se tornado minoria no colegiado. Os outros deputados estavam a postos para não aprovar a PEC patrocinada pelo governo.
Com a derrota anunciada e iminente, os bolsonaristas usaram outras manobras para tumultuar a sessão e chegaram a tentar retirar o parecer de pauta, mas foram derrotados por 22 votos a 12. O objetivo era tentar aprovar a PEC pelo cansaço dos outros parlamentares.
Para tentar abafar o vexame, o líder do Governo, Ricardo Barros (PP-PR), disse que era “muito importante que a gente possa debater por mais tempo, então orientamos pela retirada de pauta”.
O pepista foi recentemente acusado na CPI da Pandemia de receber propina na compra da vacina contra Covid-19 e o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) chamou o colega de irresponsável.
“De onde vai tirar R$ 2 bilhões? Deixa de ser irresponsável. Vai tirar da vacina?”, ironizou.
Para derrotar Bolsonaro, cerca de 11 partidos se juntaram para fazer mudanças na sessão especial, colocando deputados que são contra o voto impresso. Em uma das vagas do PSDB, Aécio Neves (MG), favorável a PEC, foi substituído pelo ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ).