Jair Bolsonaro sabia das tratativas entre a Davati Medical Supply e o seu governo, é o que diz uma mensagem de março no celular do cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Luiz Paulo Dominguetti. O celular de Dominguetti foi apreendido durante seu depoimento na CPI da Covid na semana passada.
De acordo com reportagem da TV Globo, o cabo da PM negociava o valor que iria embolsar por cada dose da AstraZeneca. Se o negócio fosse fechado, Dominguetti receberia 0,25 centavos de dólar por vacina. No dia 16 de março, o representante diz em mensagem que enviou a proposta para o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.
“Já houve três reuniões. Na última sexta-feira com o secretário Franco e um coronel. O dono da Davati enviou o e-mail pessoalmente. Segundo informações, o próprio presidente Bolsonaro já foi informado das vacinas”, declarou.
Em meados de fevereiro, Dominguetti conversa com Guilherme Filho Odilon sobre como a divisão do pagamento e a comissão do negócio.
No dia que foi depor na CPI, o militar falou sobre Odilon, que segundo ele, foi o responsável por ter lhe apresentado ao tenente-coronel Marcelo Blanco. Naquele dia, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), questionou sobre quem seria esse parceiro comercial.
“Ao Coronel Blanco chegamos através de um parceiro comercial de nome Odilon, que no passado havia tentado efetuar a compra de um medicamento. É um parceiro que veio, que estava… Tinha um propofol no mercado, uma empresa, uma distribuidora queria fazer uma compra grande de propofol, e ele fez a cotação”, declarou.