Na tarde desta quinta-feira, 1, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, abriu novas investigações para chegar em uma organização criminosa que foi detectada pela Polícia Federal.
De acordo com o órgão, esse grupo é composto por diversos núcleos e que tentou obter o controle da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).
“A análise dos fortes indícios e significativas provas apresentadas pela investigação realizada pela Polícia Federal aponta a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inquérito 4781 (o que apura ataques e ameaças a integrantes do STF)”, despachou Moraes.
Já a PF cita membros que atuam como líderes políticos dessa quadrilha como o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, filhos de Jair Bolsonaro.
Segundo Moraes, “as investigações da Polícia Federal apontaram fortes indícios da existência de uma organização criminosa voltada a promover diversas condutas para desestabilizar e, por que não, destruir os Poderes Legislativo e Judiciário a partir de uma insana lógica de prevalência absoluta de um único poder nas decisões do Estado, sem qualquer possibilidade de controle ou fiscalização, nos moldes constitucionais”.
Além dos filhos de Bolsonaro, a PF também cita nos autos o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, dono do site Terça Livre.
“A investigação realizada pela Polícia Federal apurou – sem prejuízo da existência de outras estruturas similares, que necessitam de uma análise mais aprofundada – a atuação do blogueiro ALLAN LOPES DOS SANTOS, por meio de CANAL TERÇA LIVRE, mantido pela empresa Terça Livre Produções Ltda, como ponto de referência para a construção do discurso acima indicado e da materialização de suas pretensões”, lembra o magistrado.
“As investigações da Polícia Federal, portanto, trouxeram fortes indícios de que Allan dos Santos atua na condição de um dos organizadores dos diversos ataques à Constituição Federal, aos Poderes de Estado e à Democracia, principalmente, por meios digitais, pregando deliberadamente o fim de instituições democráticas”, completa o ministro.
A ordem de Moraes foi feita após o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pedir o arquivamento das investigações dos atos antidemocráticos. O ministro atendeu o pedido, mas em contrapartida ordenou a abertura dessa nova investigação com maior gravidade.