Em outubro de 2020, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, quis exonerar o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, acusado recentemente de cobrar propina na compra da vacina AstraZeneca. Porém, Jair Bolsonaro colocou pressão política sob o general da ativa e barrou a exoneração.
De acordo com a CBN, o ofício de exoneração chegou a ser enviado para a Casa Civil, mas o ato foi vetado por Bolsonaro depois de Davi Alcolumbre (DEM-AP), que ainda presidia o Senado, apelar para o Palácio do Planalto não fazer aquilo.
O deputado Luis Miranda (DEM-DF), que confirmou à CPI que Bolsonaro citou o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como o operador do rolo da compra da vacina indiana Covaxin, chegou a dizer em entrevista à Folha que nada no Ministério da Saúde passava sem o conhecimento de Roberto Dias.
“Eu acho assim, nada ali acontece se o Roberto não quiser. Tudo o que aconteceu, inclusive a pressão sobre o meu irmão [Luís Ricardo Miranda, servidor de carreira do Ministério da Saúde], é sob a aprovação dele. Sem ele, ninguém faz nada. Isso é uma das únicas certezas que tenho”, disse.