Tenho observado que alguns agentes políticos, incomodados com a frequência crescente com que as pesquisas eleitorais tem sido divulgadas, começaram a lançar suspeitas sobre as razões e os interesses por trás do financiamento e a divulgação dessas pesquisas.
No site do TSE, podemos conferir os documentos relativos às pesquisas registradas para as últimas eleições de 2018.
Como não houve inflação expressiva desde então, os preços não devem ter mudado muito.
Entre os documentos disponibilizados, temos sempre a nota fiscal emitida pelos institutos de pesquisa a seus clientes.
Naturalmente, o valor varia de acordo com o tamanho da pesquisa, e o método: se é feita por telefone ou presencialmente, por gente ou por inteligência artificial.
Uma pesquisa eleitoral de âmbito nacional do Ipespe para a empresa XP Investimentos, por exemplo, com mil entrevistados, e realizada por contatos telefônicos humanos, no dia 20 de junho de 2018, custou exatamente R$ 30.000,00, segundo a nota fiscal disponibilizada no site do TSE.
Já uma pesquisa Datafolha com 2.800 pessoas, presencial, feita em janeiro de 2018, custou quase R$ 400 mil reais.
Como tem sido feitas as pesquisas hoje? Quais os métodos?
As pesquisas do Atlas Político, que tem sido divulgada com alguma frequência por jornais como Valor e El País, são feitas por internet, através de método randômico (inteligência artificial). Outro instituto que usa esse método é o Poder 360.
A pesquisa Exame/Ideia, divulgada nessa sexta-feira, 25 de junho de 2021, fez 1.200 entrevistas, por contato telefônico humano.
A pesquisa Ipec divulgada nesta sexta-feira 25 de junho de 2021, apurando as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022, foi realizada com 2.002 entrevistas presenciais.
Pesquisas realizada por inteligência artificial (método randômico, com uso de algoritmos) deveriam ser, em tese, muito mais baratas, do que as realizadas por mão-de-obra humana, sejam elas feitas por contato telefônico ou presencialmente.
Pesquisas por telefone, como podemos ver pelas notas fiscais acima, são muito mais baratas que as presenciais.
Com base nas notas fiscais para as eleições de 2018, supõe-se que pesquisas telefônicas que realizam de 1 a 2 mil entrevistas, devam custar hoje entre R$ 30 e 60 mil.
As pesquisas que usam entrevistas presenciais são as mais caras. Uma pesquisa desse tipo, com 2 a 3 mil entrevistados, deve custar de R$ 300 a 400 mil.
A maioria das pesquisas divulgadas recentemente tem sido feitas por internet ou telefone.
Datafolha e Ipec (Ex-Ibope) continuam fazendo pesquisas presenciais, embora, em 2020, elas também tiveram que “recuar” para métodos à distância, em virtude da pandemia.
Desde há alguns meses, porém, ambos os institutos voltaram a fazer pesquisas com método presencial.
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