O presidente da CPI da Covid no Senado Federal, Omar Aziz (PSD-AM), disse em entrevista coletiva que são “preocupantes” as denúncias sobre pressão na liberação da importação da vacina indiana Covaxin.
Além disso, também existe a chance de Jair Bolsonaro ter conhecimento da situação. Essa denúncia poderá ser a mais pesada recebida pela CPI.
Aziz anunciou que vai a Polícia Federal questionar se foi aberto uma investigação para apurar as acusações e disse que a comissão precisa ter muito cuidado ao fazer as apurações.
“Eu pedi uma informação do diretor-geral da Polícia Federal se houve o pedido para investigar a compra da Covaxin. Se o presidente ligou para o diretor-geral da Polícia Federal e disse ‘ó, tem uma denúncia aqui feita pelo deputado Luís Miranda e pelo irmão dele e a gente quer saber se realmente tocaram essa investigação”.
“Temos que ter muito cuidado porque talvez tenha sido a denúncia mais grave que a CPI recebeu. Por isso que eu preciso ter muita cautela, muita paciência e não passar a carroça na frente dos bois”, completou.
O servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, revelou ao Ministério Público Federal (MPF) que foi pressionado de forma “atípica” para agilizar a liberação da Covaxin. O imunizante é desenvolvido pelo laboratório Bharat Biotech.
Aziz também disse que a CPI deve apurar a fala do deputado Luís Miranda (DEM-DF), irmão do servidor da pasta. De acordo com o parlamentar, pode ter ocorrido pagamentos de propina nas tratativas do contrato para a aquisição da vacina indiana. A negociação se deu entre Ministério da Saúde, ainda no comando de Eduardo Pazuello, com uma empresa brasileira intermediária, a Precisa Medicamentos.
Um possível favorecimento à empresa já está sendo investigado pela CPI.
“Se tudo aquilo que ele disse for verdade ou parte for verdade, são gravíssimas as acusações, inclusive sobre a questão do pixuleco. O Pazuello, no dia que estava saindo, ele fala por que foi demitido. Ele disse que ele foi demitido, que o Pazuello foi demitido porque não aceitava corrupção”, lembrou Aziz.