Em seu depoimento a CPI da Pandemia no Senado Federal, o ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirmou que a secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como ‘capitã cloroquina’, deu ênfase ao tratamento com medicamentos ineficazes contra a Covid-19. Isso foi externado em sua visita a Manaus dias antes do colapso na cidade, em janeiro deste ano.
“No dia 4 de janeiro recebemos a dra. Mayra Pinheiro, na primeira reunião pela manhã 8 horas no auditório do Hospital Delphina Aziz, onde foi convocada, a sua assessoria convocou e vimos uma ênfase da dra. Mayra Pinheiro, em relação ao tratamento precoce”, revelou.
Em maio, quando prestou depoimento a comissão, a médica disse que o Ministério da Saúde nunca recomendou o tratamento precoce, mas que apenas sugeriu doses seguras para a utilização por médicos, que teriam autonomia para prescrever a medida considerada ineficaz.
Na sua intervenção, a senadora e representante da bancada feminina, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), abordou o envio de hidroxicloroquina ao estado do Amazonas e reiterou ao ex-secretário que no dia 8 de janeiro, “Mayra Pinheiro envia 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina”.
Como resposta, Campêlo justificou que o Amazonas estava com “o estoque zerado” e confirmou que o lote do medicamento inútil era para o “tratamento da Covid”.
“Na rede estadual não faz atendimento precoce, não orientava uso da cloroquina para atendimento da Covid. Isso é ato médico, que cada um faz de acordo com sua opinião”, falou depois.
Assista a CPI na íntegra!