Por Gabriel Barbosa
Desde que teve seus direitos políticos recuperados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Lula (PT) tem dedicado seu tempo para se viabilizar eleitoralmente, agendar encontros e tentar se reconciliar com lideranças aliadas de outrora. Foi assim com caciques do MDB como José Sarney, Eunicio Oliveira e até mesmo com seu velho concorrente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A estratégia de Lula é se apresentar como uma figura conciliadora e não entrar na polarização radical contra Jair Bolsonaro, que a cada dia tem visto seu governo derreter na impopularidade e ser corroído pela corrupção, tema que prometeu se fazer ausente na sua gestão federal. No entanto, o líder petista não tem sido apenas um percalço para Bolsonaro mas também para os nomes que ocupam a tal “terceira via”.
Além dos índices pífios nas pesquisas, os nomes que se apresentam como alternativa a suposta polarização não tem conseguido articular suas próprias frentes, seus próprios acordos e tabuleiros políticos. Além de Sérgio Moro e Luciano Huck que já sinalizaram ausência no pleito presidencial, na última quinta-feira, 10, o Partido Novo anunciou que João Amoêdo desistiu de se lançar como pré-candidato pela legenda.
Em pouco mais de 60 dias, Lula avançou na construção de uma frente “estreita” de centro-esquerda formada pelo próprio PT, PSOL, PC do B e já com articulações avançadas para conquistar o PSB. Mas, setores do MDB, Solidariedade e a Direção Nacional do PROS também podem embarcar no blocão da conciliação de Lula.
O intuito do ex-presidente é de fato formar uma frente ampla trazendo algumas agremiações de centro-direita que a preço de hoje, por exemplo, são cobiçadas tanto por Ciro Gomes (PDT) quanto pelo próprio Bolsonaro. Nos palanques estaduais, a Direção Nacional do PDT está tendo muita dificuldade de sair do isolamento político-eleitoral. A tendência é que esse fenômeno se aprofunde no lado trabalhista a medida que Lula avança na formação de suas alianças. A conferir!