O título pode parecer sensacionalista ou mesmo mentiroso, mas não é.
É que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em seu depoimento de hoje na CPI da Pandemia, disse textualmente, em uma resposta ao senador Humberto Costa (PT), o seguinte:
Até bem pouco tempo os estados e os municípios tinham uma restrição maior do movimento da população. Estavam fechados. Houve uma abertura, então com essa abertura há uma tendência de novos casos e isso faz com que haja um aumento dos óbitos.
Nada mais do que o óbvio: se aumenta a mobilidade da população, aumenta a contaminação e aumentam os casos. Se aumentam os casos aumentam as mortes.
Só que o governo Bolsonaro trabalha desde o início da pandemia contra as restrições de circulação de pessoas. Não é, vejam bem, que o governo se omite na questão, o que já seria gravíssimo. O governo tenta ativamente impedir as restrições nos estados, inclusive com ações jurídicas, como a impetrada no último dia 27 de maio no STF, contra as restrições adotadas por alguns governadores.
O reconhecimento de Queiroga de que o aumento da circulação de pessoas conduz a mais óbitos é, portanto, importante, mesmo que ele não tenha acusado diretamente Jair Bolsonaro. (Seu depoimento, aliás, que ainda ocorre enquanto escrevo esta coluna, é tão patético e deprimente quanto os dos demais integrantes do governo que falaram à CPI. Todos se afundam em um contorcionismo retórico tão ridículo quanto surreal para tentar provar que estão fazendo um bom trabalho no combate à pandemia, mesmo que seu chefe, o comandante máximo da nação, não cesse de fazer exatamente o oposto do que é recomendado pela ciência e pelo bom senso.)
Aplicando a mais simples lógica às palavras de Queiroga chegamos a uma conclusão cristalina: se com o aumento da circulação de pessoas aumentam as mortes, e se Bolsonaro trabalha contra a restrição de circulação de pessoas, Bolsonaro contribui para o aumento das mortes.
Os senadores estão cumprindo seu papel: tentar arrancar o máximo possível de declarações diretas que conduzam aos responsáveis pelo morticínio. Quando não aparecerem as responsabilizações diretas, contudo, basta usarmos a lógica.
Da demora absurda na compra de vacinas, do incentivo às aglomerações, do não uso da máscara, dos remédios picaretas, dos depoimentos dados e documentos levantados pela CPI, de todos os lugares salta aos olhos que este governo fez o que podia e o que não podia para sabotar o combate à pandemia no Brasil. O resultado é quase meio milhão de mortos (fora a subnotificação). E subindo.
Bandoleiro
08/06/2021 - 20h52
Mas quando teremos um ministro de verdade???
canastra
08/06/2021 - 18h39
E a medica/cantora sem curriculo que ninguem conheçe entre os colegas dela ? Kkkkkkkkkkkkkkk
carlos
09/06/2021 - 15h43
O fato de ser médica e cantora são muitas virtudes, enquanto o tal canastra, pensa pelo umbigo. Quem canta os males espanta usando um português bem xulo. Mas pessoas cultas temos usar termos chulos.
Bandoleiro
08/06/2021 - 18h20
Como alguem consegue assistir e até dar credito a uma porcaria com essa CPI…?
Luan
08/06/2021 - 18h18
Muhamed Aziz, Abdullah Calheiros e Sharif Breier…kkkkkkkkkkkkkkkk
Galinzé
08/06/2021 - 17h09
Essa palhaçada é a cara do Pedrinho do Toddy.
William
08/06/2021 - 16h03
Quem decreta se as pessoas podem circular ou menos (proibir a circulação de pessoas é incostitucional) são os governadores e os prefeitos, o mesmo vale para o uso de máscaras.
Ainda não é absolutamente comprovado que restringir a circulação de pessoas diminua os contagios e muito provavelmente não será comprovado nunca.
Países que não adotaram essas medidas tiveram os mesmos casos ou até menos que países que a adotaram.
Assim que as fabricantes concluíram os testes, deram entrada no processo de autorização ao uso emergencial na Anvisa e a mesma aprovou, as vacinas escolhidas pelo Governo começaram e continuam a serem aplicadas normalmente.
Fim das narrativas desse Circo patético de quarto mundo.