Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) em parceria com o Valor mostra que apenas 25,5% dos trabalhadores brasileiros estão ocupando cargos que podem ser feitos em home office, a modalidade ganhou força com a Pandemia.
Porém, o índice despenca para 17,8% nesse grupo se considerar aqueles que afirmam ter condições mínimas para trabalhar nesse regime como ter acesso à eletricidade, possuir computador e internet.
Os pesquisadores do Ibre apontam que com a pandemia o home office tende a se fortalecer devidos as aceleradas transformações no mundo do trabalho. Além disso, existe também o risco de aprofundar as desigualdades já existentes. Atualmente, o trabalho remoto só é possível para trabalhadores de maior escolaridade e renda.
Entre as regiões, o Norte é que apresentou menor índice de infraestrutura para os trabalhadores exercerem suas funções de forma remota. No Nordeste, o nível é um pouco maior com 13%, mas é a segunda região com menos condições de implementar esse regime. O Sudeste ainda tem o maior índice, de 20,8%, que tem infraestrutura.
Além da desigualdade regional, também há outras distorções no quesito instrução, raça e renda no acesso ao home office. No Sudeste, 28% dos trabalhadores poderiam trabalhar remotamente, parcela que despenca para 20,8% quando se exclui aqueles sem a infraestrutura mínima necessária. Na região Norte são 21,2% e 10,3%, respectivamente.
No quesito escolaridade, apenas 6,5% entre os que possuem ensino fundamental incompleto tem condições de trabalhar em home office, mas só 1,5% possui a infraestrutura mínima necessária.
Segundo o pesquisador do IBRE, Fernando Barbosa de Holanda, “a infraestrutura mínima não considera ‘luxos’, como possuir um escritório em casa ou espaço organizado para trabalhar. É apenas energia, internet e computador. Quando fazemos o ajuste por isso, temos uma ideia da real dimensão do potencial de home office no país”.
Nos dados relacionados a gênero, 32,7% dos cargos exercidos por mulheres podem ser feitas a distância ante os 20% das funções exercidas por homens. Mas entre os excluídos do home office houve retração de 11,5% na ocupação de mulheres, contra 8,3% dos homens.
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