Tirem as crianças da sala.
É uma cena de horror, e que a CPI da Pandemia, seguramente, irá usar a partir da terça-feira que vem, quando os trabalhos recomeçarem.
Imagine um país vivendo o auge da pandemia.
O presidente da República já tinha desistido de combater a pandemia, a qual ele chamara no início de “gripezinha” e “resfriadinho”. Havia demitido todos os ministros da Saúde que tentaram impor uma visão autônoma, e agora parecia ter encontrado alguém disposto a lhe obedecer submissamente, o general Eduardo Pazuello.
O presidente não parava um dia de promover ataques aos governadores, sempre tentando explorar, em seu próprio benefício, esse terrível dilema provocado pelo vírus, entre fechar o comércio versus combater o contágio. Países sérios no mundo inteiro, do Ocidente ao Oriente, centralizaram decisões no governo federal, que tem poder de emitir moeda, e trataram o problema com profissionalismo: testagem em massa, ajuda governamental a pessoas e empresas, lockdowns planejados e, sobretudo, um grande investimento em pesquisa para se descobrir uma vacina.
Pronto, agora que o contexto está descrito, pode assistir ao vídeo.
Agora, vamos a alguns contextos. Ao lado do presidente, vemos o deputado Osmar Terra, que sempre foi o “ministro da Saúde dos sonhos” de Bolsonaro, como inclusive fica provado nesse mesmo vídeo, pois o presidente chama Terra de seu “assessor”. Um participante da reunião diz que Terra é “nosso padrinho”. A sua posição de destaque ao lado de Bolsonaro é a prova de sua influência.
A reunião ocorreu no dia 8 de setembro de 2021.
Além de Osmar Terra, temos entre os presentes, imunologista Nise Yamaguchi e o virologista Paolo Zanoto, além de médicos de diversas especialidades.
A fala de Zanoto é particularmente assombrosa, por lançar suspeitas sem pé nem cabeça sobre as vacinas.
Mas nada supera Bolsonaro, como de praxe. São do presidente as frases mais escatológicas, promovendo cloroquina e falando mal de vacinas, de maneira genérica, como se ele entendesse alguma coisa disso.